ATA DA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 07-02-2011.

 


Aos sete dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Elias Vidal, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Paulinho Rubem Berta, Sofia Cavedon e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, a senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, Luciano Marcantônio, Maria Celeste, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Pedro Ruas, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. A seguir, foi apregoado o Ofício nº 111/11, do senhor Prefeito, encaminhando Veto Parcial ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 024/07 (Processo nº 7923/07). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofício nº 01/11, do vereador José Lippert Sebastião, Presidente da Câmara Municipal de Dom Pedro de Alcântara – RS –; Comunicados nos 242995, 243000, 243001, 243004, 260664 e 260665/10, do senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Primeira Sessão Especial e da Primeira e Segunda Sessões Extraordinárias. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Carlos Todeschini, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da Sessão. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, João Carlos Nedel, este em tempo cedido pelo vereador Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal e Elói Guimarães. Na oportunidade, por solicitação da vereadora Fernanda Melchionna, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma a João Taylor Antunes, falecido no dia dezessete de janeiro do corrente. Também, o vereador Mauro Pinheiro registrou o falecimento, hoje, do vereador Clauri Flores, da Câmara Municipal de Caxias do Sul – RS. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Tarciso Flecha Negra, Mauro Pinheiro, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, esta pela oposição, Reginaldo Pujol, Alceu Brasinha, Luiz Braz, Idenir Cecchim e Paulinho Rubem Berta. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores Aldacir José Oliboni e Nelcir Tessaro, este em tempo cedido pelo vereador Alceu Brasinha. Na ocasião, em face de Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos vereadores Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Luiz Braz e Engenheiro Comassetto, a senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca das normas regimentais para apresentação de Requerimento de constituição de Comissão Parlamentar de Inquérito. Ainda, a vereadora Maria Celeste formulou Requerimento verbal, deferido pela senhora Presidenta, solicitando mudança em expressão utilizada por Sua Excelência em seu pronunciamento em Comunicação de Líder. Também, o vereador Elói Guimarães manifestou-se acerca dos prazos regimentais para pronunciamento dos vereadores durante as Sessões desta Casa. Às dezesseis horas e vinte e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e vinte e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Às dezesseis horas e vinte e seis minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foi rejeitado Requerimento de autoria do vereador Pedro Ruas, solicitando a retirada do regime de urgência do Projeto de Lei do Executivo nº 053/10 (Processo nº 4225/10), por nove votos SIM e vinte e três votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos vereadores Pedro Ruas, como autor, Fernanda Melchionna, Maria Celeste e Engenheiro Comassetto, este pela oposição, em votação nominal solicitada pela vereadora Sofia Cavedon, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Pedro Ruas e Toni Proença e votado Não os vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Às dezesseis horas e cinquenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezoito horas e vinte e nove minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, foi votado Requerimento de autoria da vereadora Sofia Cavedon, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, solicitando alteração na composição de Comissões Permanentes deste Legislativo, passando o vereador Professor Garcia a integrar a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude e o vereador Elias Vidal a integrar a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Às dezoito horas e trinta e três minutos, a senhora Presidenta declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Legislativo nos 113/10, discutido pelos vereadores Reginaldo Pujol, Mario Fraga, João Carlos Nedel e Aldacir José Oliboni, 176/10, discutido pelos vereadores João Carlos Nedel e Aldacir José Oliboni, e 187/10, discutido pelos vereadores Mario Fraga e João Carlos Nedel, e os Projetos de Resolução nos 042 e 044/10. Na oportunidade, a senhora Presidenta registrou os transcursos dos aniversários da vereadora Fernanda Melchionna e dos vereadores Idenir Cecchim e João Carlos Nedel, respectivamente nos dias dois e cinco de fevereiro do corrente e hoje. Às dezoito horas e cinquenta e um minutos, nada mais havendo a tratar, a senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon e pelos vereadores DJ Cassiá e Toni Proença e secretariados pelo vereador Toni Proença. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.

 


A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Srª Presidente, solicito a inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos, imediatamente, entrar no período das Comunicações. Após, retornamos à ordem normal.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Carlos Todeschini. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Solicito ao Ver DJ Cassiá que assuma a presidência dos trabalhos, porque me afastarei alguns minutos para representar esta Casa na abertura do Ano do Judiciário.

 

 (O Ver. DJ Cassiá assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; eu tinha programado para fazer uma fala, mas, ante um fato, eu mudei o assunto e trago aqui a seguinte questão, em especial à Srª Presidente, Verª Sofia. Há pouco, eu estava no gabinete, recebendo uma ligação de uma cidadã do Morro da Cruz, cujo motivo eu já fiz um pronunciamento aqui em dezembro, e pedi ajuda, na Rádio Bandeirantes, também para o Ver. Nedel em um assunto que eu considero de uma insensibilidade e de uma incompetência total do Governo, porque isso está ocorrendo há um ano e meio - o Ver. Oliboni é muito conhecedor do assunto - e depois de várias denúncias da comunidade, uma árvore com 40 metros de altura caiu sobre várias casas, deixando as pessoas desabrigadas. E lá está um senhor com 87 de idade, numa cadeira de rodas, tendo que passar esse tempo todo fora de casa, porque a Prefeitura foi lá e fez uma casinha de emergência, e, nesse calor insuportável, a pessoa não tem nem sequer como aplacar o calor. E a responsabilidade é da Prefeitura, Ver. João Dib, por quê? Porque um sucessivo jogo de empurra entre a SMAM, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil permitiu que a árvore caísse sobre as casas, deixando pessoas humildes completamente desamparadas.

Então, eu venho aqui, também em tom de desabafo, porque aqui se fala em Copa, se fala em questões megalomaníacas, se fala em tudo menos em resolver o elementar do dia a dia, Ver. Adeli Sell, quando a Prefeitura é culpada.

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª leu e viu nos jornais de hoje, que uma árvore caiu numa praça, e nós estamos insistindo há meses aqui que não há poda preventiva nas nossas praças, se houvesse, não aconteceriam tragédias como a que aconteceu ontem, e não teve uma grande ventania; isso é inadmissível nos dias de hoje.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pelo aparte; V. Exª corrobora com o meu pronunciamento, Ver. Adeli. O Ver. Oliboni foi incansável, mas cansou, porque se deu por vencido. Depois, eu pedi o apoio do Ver. Nedel, que é da base do Governo, quem sabe o empenho cristão do Vereador pudesse sensibilizar o Governo. Também cedemos para um insensível, não é, Ver. Nedel? A Procuradoria deu um parecer, lavando as mãos. Só que há testemunhas, tem ações, tem autorização para a poda; no entanto, a comunidade não tem como podar, não tem recursos para dar conta de podar uma árvore com 40 metros de altura. E a tragédia está lá! Isso não pode ficar assim! Fala-se em projetos megalomaníacos; fazem-se verdadeiras guerras aqui sobre a Saúde para esconder a falta de competência que está por trás das coisas, mas cuidar da Cidade, das pessoas, do dia a dia, isso não se faz! Assim como todos os esgotos que estão rompidos, entupidos, transbordando em vários lugares da Cidade, que não são recuperados nem consertados. No nosso tempo, não era assim; não era assim! Não era assim! O Ver. João Nedel é testemunha: V. Exª tinha um canal aberto com o DMAE e, em menos de 24 horas, todas as questões tinham respostas, tinham tratamento; agora passam meses e meses e nada!

 

O Sr. Aldacir José Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Todeschini, a sua manifestação realmente tem um cunho social e de indignação também, porque a dona Suely, que mora lá no Morro da Cruz, antes de essa árvore cair, há uns dois anos, fez uma solicitação e pediram uma compensação, para o pai dela, de 16 árvores! É evidente que uma família, que não pode nem mandar podar uma árvore, não teria condições de dar essa compensação. Não fizeram, a árvore caiu e atingiu três famílias!

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Eu gostaria de ouvir também uma manifestação da Liderança do Governo sobre esse caso. Eu encaminhei hoje a dona Suely para a Justiça, já que o Governo foi insensível, e o Governo é responsável por isso: ele foi lá, tomou conhecimento, notificou, depois negociou com a compensação, e, nesse meio-tempo, a árvore caiu, destruindo não uma casa, mas várias, atingindo em especial uma. Sorte que não houve vítimas fatais! Mas a casa desse senhor ficou completamente destruída.

E o Prefeito está preocupado com a Copa, está preocupado com a Fundação da Saúde, está preocupado com um monte de coisas, menos em cuidar daquilo que tem de cuidar, que é a Cidade; menos em cuidar dos cidadãos de Porto Alegre; menos em garantir a segurança de quem tem que ter a segurança garantida.

Eu gostaria de ouvir aqui uma manifestação da base do Governo, dos seus representantes, porque muitas vezes se fala aqui para as paredes. Parece que Porto Alegre não tem Governo, não tem Prefeito, a não ser quando é para aparecer, para falar da Copa. Parece que o mundo virou a Copa. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, eu solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do jovem João Taylor Antunes, vitimado por mais um acidente de trânsito, no dia 17 de janeiro. Um jovem guerreiro, lutador, que lamentavelmente perdeu a vida nas nossas rodovias.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Eu solicito ao Ver. Toni Proença que assuma a presidência dos trabalhos.

 

(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Obrigado, Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, imprensa, funcionários desta Casa; é evidente que aqui tem que existir o debate, pois estamos num Parlamento. Mas, muitas vezes, o debate não é muito coerente, não. O debate, muitas vezes, tem aliados muito fortes: os interesses pessoais ou então a defesa da uma bandeira política. Eu faço parte de um Partido político, com muito orgulho, o PTB, mas, antes do meu Partido, fica a sociedade; eu defendo o povo de Porto Alegre antes do meu Partido. Parece, às vezes, que algumas pessoas não gostam ou não se sentem bem no lugar onde moram, porque quando se quer fazer um encaminhamento, ter uma solução para a sociedade, principalmente nós que a representamos aqui nesta Casa, antes de se fazer o debate furioso temos que procurar a solução, e só se pode chegar a uma solução quando há união, quando a bandeira política é esquecida, e se procura reforçar isso com os seus colegas, demais Secretarias e até mesmo com o Prefeito. Mas, às vezes, eu vejo que alguns colegas têm dificuldade de ter essa aproximação, sei lá, talvez porque o discurso alimente mais o seu mandato, ou sei lá o quê! Quero dizer aqui que eu não tenho dificuldade, Ver. Tessaro, nenhuma, nunca tive, de procurar qualquer Bancada ou qualquer Partido que for para defender os interesses da sociedade.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu tenho compartilhado várias das suas preocupação, até para combater um pouco essa sectarização que a gente vê muitas vezes, inclusive entre nós, em alguns momentos, exacerbando alguns debates. Eu fiquei muito triste, hoje, ao ler a entrevista do Prefeito, no Jornal do Comércio, porque debitou para nós a antecipação do debate de 2012, que não pode haver, que não está havendo. Quer dizer, a CPI está saindo porque a base do Governo se dividiu, não foi culpa nossa. Eu queria salientar isso, porque acho que deve ter mais convergência de interesses e preocupações em torno das coisas da Cidade, como disse o meu colega Todeschini. Obrigado.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Obrigado, Ver. Adeli Sell. Quero dizer aqui também...

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. DJ Cassiá, obrigado pelo aparte. Não sei se era em relação ao meu pronunciamento que o senhor estava se referindo, mas vou lhe dizer que tanto o Ver. Oliboni quanto eu cansamos, porque procuramos todos, todos os que achávamos que podiam resolver o assunto, e ninguém resolveu. Está lá um senhor de 87 anos de idade no sol, com esta temperatura de 40, 45 graus. Por quê? Porque a casa dele foi destruída por incompetência da Prefeitura, e todo mundo lava as mãos. Convido V. Exª para ir, depois da Sessão, até a casa dessa pessoa, quem sabe o senhor nos dá uma solução.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Com certeza. Estou junto, com maior prazer e com muita honra, Ver. Todeschini, pode contar com o meu apoio.

Em relação ao que foi levantado aqui sobre a preocupação do Prefeito com a questão da Fundação - é uma opinião minha, pessoal -, dizem que o Prefeito está correndo para que se aprove imediatamente. Não é verdade! Não é verdade, porque nós cancelamos, tiramos da Pauta para que se faça o debate. A que eu assisti aqui, naquela Audiência Pública, de um e de outro lado, foram disputas por bandeiras políticas. A sociedade, enfim, não estava presente e nem representada. O que estavam presentes eram os interesses de cada um. Desculpem! O Prefeito mandou um representante aqui para debater, para colocar as posições e, enfim, tirar as dúvidas, mas, infelizmente, não se conseguiu ouvir e não se conseguiu tirar nada daquela Audiência Pública. Nada!

Quero encerrar, dizendo que devemos debater mais, mas não se debater com bandeira política. Temos de debater para tirar as dúvidas do povo. As dúvidas! Infelizmente, neste País, Educação e Saúde têm bandeira política, e isso é um equívoco. Educação e Saúde não deveriam ter bandeira política. Não deveriam, porque senão não vamos avançar nunca. O que eu ouvi naquela Audiência Pública não me trouxe nenhum esclarecimento. Nenhum! Saí daqui com mais dúvidas. Não sou eu que estou dizendo isso, foram alguns que estavam aqui e que não vieram por questões de bandeira política. O povo, a sociedade, enfim, lá da periferia, não sabe nem do que se trata. E vou encerrar dizendo: “Eu só quero ser feliz...”

 

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Ver. Toni Proença, gostaria de solicitar que agregasse ao pedido da Verª Fernanda Melchionna, de um minuto de silêncio, o falecimento do Ver. Clauri Flores, de Caxias de Sul, do Partido dos Trabalhadores, que sofreu um acidente de trânsito ontem à noite, vindo a falecer hoje. Então, os sentimentos da nossa Bancada.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O sentimento, as condolências e a solidariedade de toda a Casa, Ver. Mauro Pinheiro, principalmente quando o trânsito continua ceifando vidas e fazendo vítimas prematuramente.

O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra em Comunicações.

 

(O Ver. DJ Cassiá reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. DR. RAUL TORELLY: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá, é com satisfação que cumprimento V. Exª e todos os Vereadores, Vereadoras e todos que nos assistem, vou aproveitar este momento de Comunicações para falar de um assunto, que eu diria importante para a Saúde Pública, importantíssimo, que é a definição que esta Casa terá, após a Audiência Pública que tivemos na semana passada, do Projeto que cria o Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família - IMESF -, que acreditamos estar pronto para ser apreciado e votado pelos Vereadores da nossa Capital. Sabemos que vamos influenciar com a decisão que aqui for tomada. Eu sou daqueles que defendo a implantação da Fundação como um avanço do Sistema Público de Saúde, uma vez que não podemos ter um SUS mais qualificado, maior, público para todos. E acho, realmente, que o momento é de extrema relevância para a nossa Saúde Pública.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Raul, quero cumprimentá-lo e dizer que me senti no dever, como seu colega de Bancada, de lembrar a todos que V. Exª é servidor do Município, e, de forma isenta, faz este pronunciamento, tomando decisões desde o início. Então, quero cumprimentá-lo.

 

O SR. DR. RAUL TORELLY: Agradeço, Ver. Bernardino. Realmente, eu pauto o meu mandato muito mais do que ser funcionário municipal - estadual, no caso, municipalizado - pela vida das pessoas. Eu trabalho há mais de trinta anos em Saúde Pública, em comunidades carentes da nossa Capital, ainda trabalho no Partenon, no Campo da Tuca, e vejo a necessidade premente de aumentarmos os Programas de Saúde da Família na nossa Capital, para terminarmos com os vazios de atendimento, em especial na área básica de Saúde, porque nós não podemos fazer com que os nossos postos de saúde estejam meramente esperando pelas pessoas que lá chegam. E o que acontece com os Programas de Saúde da Família? Os agentes comunitários, os técnicos, as enfermeiras, os médicos vão até a casa das pessoas, identificam os problemas da comunidade, identificam aquela pessoa que está com tuberculose ou HIV, com problemas de drogadição, crianças de baixo peso, gestantes que não vão ao pré-natal, e fazem com que essas pessoas sejam atendidas. Nós temos essa experiência. Sabemos, por exemplo, que o número de crianças que baixam nos hospitais, hoje, já é bem menor, graças às iniciativas que são tomadas na área da primeira infância, aquele período de zero a um ano de idade, tão importante, em que a criança necessita realmente de um olhar mais frequente do médico, de uma avaliação melhor, para que seu desenvolvimento não seja prejudicado.

Então, vejo a Fundação como uma alternativa real, muito melhor do que tudo que já houve nesse Programa de Saúde da Família desde a sua criação, dando a sua gestão a OSCIPs, a outras fundações, que, na realidade, não tinham uma ligação direta com o Município. Inclusive, no início, quem contratava eram as associações de moradores. Mas precisamos fazer com que haja, finalmente, em nível nacional, um processo que diga a todos como devem ser feitas as contratações para um Programa de Saúde da Família do País como um todo, porque isso é um problema que afeta não apenas Porto Alegre, mas os mais de 5.500 Municípios brasileiros. Apesar de tudo, aqui no Rio Grande do Sul, nos últimos anos, mais do que triplicamos o número de equipes. Existe, inclusive, um incentivo estadual: é dado um salário a mais para os agentes comunitários, para o reconhecimento do desempenho das suas atividades, das suas ações.

Então, precisamos saber que a Saúde Pública básica é fundamental para que tenhamos qualidade de vida e, realmente, uma saúde digna para todos. Um abraço, e saúde para todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Dr. Thiago Duarte.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o Ver. Carlos Todeschini usou a tribuna e citou o meu nome. De fato, eu tentei verificar o processo, e faltam alguns esclarecimentos. O primeiro esclarecimento, Ver. Reginaldo Pujol, e é fundamental, é que a árvore que caiu ficava dentro de um terreno particular. A Prefeitura não entra em terreno particular. A Prefeitura é responsável por terreno público, pela calçada e pelas árvores que estão na calçada. Então, fica muito claro que o terreno particular é de responsabilidade do proprietário. A Prefeitura não intervém em terrenos particulares. Eventualmente o Corpo de Bombeiros atende a essas dificuldades, normalmente atende, é o que me consta, inclusive ele foi acionado e não atendeu.

 

O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, essa informação que o senhor está trazendo é muito séria, porque chegar na tribuna e atacar o Governo da forma como o Ver. Carlos Todeschini atacou, não informando que era dentro de um terreno particular, é muito grave. Por isso essas denúncias caem em descrédito depois. Fica difícil nós acreditarmos nas informações repassadas, como essa do Ver. Carlos Todeschini.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Obrigado. Então, isso fica muito claro. Bom, ocorreu que a árvore caiu e realmente demoliu bastante a casa dessa pessoa idosa. A Prefeitura, o DEMHAB, foi lá e fez uma casa de emergência. Mas o proprietário requereu à Prefeitura a indenização da casa, e requereu uma indenização elevada, e o Processo foi para a Procuradoria-Geral do Município - PGM -, e demorou com a definição. E aí o Ver. Todeschini - a quem, em breve, darei um aparte - me solicitou que eu procurasse informações sobre o andamento do processo. Falei com o Procurador-Geral, que me disse: “Nedel, nós, de fato, demoramos com a solução, porque estávamos procurando uma abertura jurídica para dar a indenização a esse senhor, que realmente merece; é uma pessoa humilde, mas nós não encontramos base jurídica para dar a indenização. Então, lamentavelmente, nós vamos ter que indeferir o pedido de indenização que circulava na Prefeitura”.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ver. Todeschini, com muita honra.

 

O Sr. Carlos Todeschini: Obrigado, Ver. Nedel. Eu quero fazer menção às leis e aos fatos. É verdade o fato de a árvore estar situada em um terreno particular. Mas também é mais verdade que, depois do pedido ao Corpo de Bombeiros, à Defesa Civil, e de eles não terem feito o acordado, a SMAM assumiu a responsabilidade de remover a árvore, e inclusive negociou com a associação de moradores do Morro da Cruz a permuta por 15 árvores; nesse ínterim é que a árvore caiu. E assumiu, porque aquela é uma família humilde, como muito bem o senhor mencionou, porque tem problemas que são sabidos, mas os vegetais em Porto Alegre são tombados por lei, e a pessoa, não tendo condições de tirar, haveria o Poder Público de fazê-lo. Prometeu fazer, não o fez, e a árvore caiu, causando a tragédia que causou.

Então, a responsabilidade é, sim, da Prefeitura. Se tivesse vontade, o Procurador João Batista poderia ter resolvido. Obrigado.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ver. Todeschini, a informação que eu tenho não é essa. A informação é que a SMAM autorizou a retirada, e eles não foram buscar a autorização. Então, entendeu-se que eles não tinham mais interesse em remover ou podar essa árvore. Eu lamento, mas as informações que eu tenho e que constam do processo são exatamente essas - a gente lamenta.

Eu só peço, por gentileza, que V. Exª não venha falar mal do Prefeito quando as coisas não são bem assim. Nós temos, sim, um Administrador, um Prefeito que está fazendo força para bem administrar esta Cidade.

 

A Srª Maria Celeste: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Rapidamente, agradeço seu aparte, Ver. João Carlos Nedel, mas há um problema sobre o qual o nosso gestor público - o Prefeito Municipal - e a SMAM têm que começar a se debruçar: é que dentro dos terrenos particulares efetivamente existem muitas árvores antigas, grandes, e como a maior parte dos terrenos é localizada nas vilas da periferia, as pessoas não têm condições de pagar para a retirada das árvores. Este é um problema sobre o qual nós precisamos nos debruçar enquanto Vereadores, propor alternativas inclusive de um programa para isso na cidade de Porto Alegre.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: V. Exª tem toda razão; há um problema sério na Cidade, de pessoas humildes, que plantam eucaliptos ao lado das suas casas, e esses eucaliptos e outras árvores são passíveis de queda. Um galho dessa árvore, caindo sobre a casa, prejudica muito aquela moradia e traz risco de vida ao morador. Isso sim; nesse aspecto V. Exª tem razão. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Elias Vidal está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; público que nos assiste pela televisão e aqueles se encontram aqui neste plenário, nesta Casa Legislativa, nas galerias, eu venho a esta tribuna para fazer apenas uma reflexão com os senhores a respeito do que se vem falando muito nesses últimos anos com relação à ecologia, à consciência ecológica.

Quero, primeiramente, dar as boas-vindas ao Ver. Garcia, que esteve à frente da SMAM, fazendo um excelente trabalho nesses últimos dois anos, que sucedeu ao Ver. Beto Moesch, que também tem um excelente currículo na área relacionada à natureza. Eu acho que dispensa maiores comentários em relação ao que se fala em termos de ser necessário haver maior consciência ecológica. Por quê? Porque antes se falava como um profeta: você tinha uma ideia de que coisas poderiam acontecer. Hoje qualquer criança ou pessoa não esclarecida está sofrendo as ações contra a natureza. Quando se vê, Ver. Beto Moesch, morros e vales descendo com terra, pedras, árvores, com muita água, até parece possível fazermos uma analogia com a face de um planeta que está derramando suas lágrimas. Um planeta que está pedindo socorro; um planeta que está cambaleando, um planeta que está gritando e pedindo a ajuda dos seus moradores.

Quando leio e vejo coisas que estão acontecendo perto de nós, me vem sempre à mente aquele versículo do profeta Isaias, escrito há 720 anos a.C., Ver. Reginaldo Pujol: “a terra murcha e cambaleia, porque seus moradores saqueiam a terra”. Olhem a frase dita por um profeta, há 720 anos a.C., ou seja, há quase três mil anos.

Acredito que nós, enquanto cidadãos, precisamos levar mais em consideração os cuidados com o nosso planeta.

Ontem saiu uma reportagem no Fantástico, pela Rede Globo - acho que muitos dos senhores assistiram -, que está de parabéns por trazer uma reportagem desse porte. Nós, os gaúchos, estamos de parabéns, porque das praias onde foi feita a pesquisa, em um quilômetro de recolhimento de lixo, as do Rio Grande do Sul foram as que alcançaram o melhor índice, e a melhor cidade do País foi Caxias do Sul.

Mas nós, gaúchos e moradores de Porto Alegre, ainda estamos longe do ideal, mas estamos bem melhor do que muitos no País. Então, imaginem como as coisas estão indo em outros lugares: acho que de mal a pior.

Aí, quando você vê as cheias, bocas de lobo entupidas, os córregos, os arroios transbordando e pessoas morrendo, eu acredito que muitas das pessoas que estão sofrendo também são colaboradores da própria tragédia. A questão da Dengue, uma epidemia que vem se alastrando como fogo na savana seca, alastrando-se de uma forma assustadora, com pessoas morrendo... A Dengue tem tudo a ver com a ecologia, com o cuidado, com a educação ambiental, com a educação ecológica.

Então, eu quero deixar essa reflexão: não há e não pode haver espaço para pessoas porcas, relaxadas neste Planeta. É um termo chulo, baixo, mas dá para exemplificar assim a atitude de pessoas que jogam latas, vidros, sacos de lixo em qualquer lugar, pela avenida, como se costuma ver, pela janela do carro. É cigarro, é papel de bala, é copo de plástico, é saco de lixo, tudo sendo jogado nos córregos. Gente, o lixo que não vai para a lixeira, vai para o rio, e o lixo que vai para o rio mata, e mata também o ser humano. Então, nós precisamos fazer com que os veículos de comunicação, nós, homens públicos, todos os cidadãos nos unamos para falar mais sobre esse assunto, para conscientizar mais a sociedade a respeito da consciência ecológica. Senão...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; eu dizia, na última intervenção, que eu estava chegando à Casa depois de um período de um ano e onze meses à frente de uma Secretaria de Estado, a Secretaria de Administração e Recursos Humanos, diga-se de passagem, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, uma Secretaria bastante grande do ponto de vista das suas atribuições; uma Secretaria que tem quatro vinculadas, são órgãos públicos, entidades públicas, que, embora gozando de certa autonomia, estão vinculadas a ela. São o IPE - Instituto de Previdência do Estado -, o Departamento de Trânsito - Detran -, a Fundação de Desenvolvimento e Recursos Humanos, e também a Corag. Tivemos, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, uma oportunidade rica, porque foi possível desenvolver uma série de ações do interesse do Estado, da sociedade gaúcha, em especial, no Detran. O Detran, que todos conhecemos, sacudiu o Estado. Com o Detran houve todo aquele acontecimento, de todos conhecido, que impactou as atividades públicas, e tivemos a oportunidade de reestruturar o Detran, entregando hoje um Detran absolutamente transparente, com funcionários concursados, enfim, com um conjunto de ações em diferentes campos, de forma a não deixar nenhuma dúvida sobre suas atividades. Não entro na discussão do mérito do passado, mas posso assegurar - e dizia à Secretária da Administração e Recursos Humanos e ao atual Presidente - que ali está um Detran absolutamente cristalino, transparente, organizado. E, em outras áreas, como o IPE, também tivemos a oportunidade de atuar bastante na questão da reestruturação.

Na realidade, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Estado, a Administração vinha, ao longo do tempo, perdendo substância, e fizemos um amplo planejamento, fizemos concurso público, concursos que não saíam no Estado há nove anos. A Secretaria de Administração fez concurso para diferentes áreas, e foram nomeados funcionários para diversos setores da atividade pública, da atividade estatal.

Então, foi uma oportunidade que agradeço ao meu Partido e à Governadora Yeda Crusius, a quem servi com lealdade. E, a juízo deste Vereador, foi um excelente trabalho para o Estado do Rio Grande do Sul, principalmente na questão das finanças públicas, porque diz respeito à reorganização, ao déficit permanente que tinha o Estado e a outras tantas ações que, ao longo do tempo, nós teremos a oportunidade de colocar.

Portanto, fica aqui a nossa manifestação, dizendo do meu apreço à Casa, que não é de hoje, vem de longe, e meu apreço aos Vereadores. E vendo de longe, não tão de longe...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Encerrado o período de Comunicações.

O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Sr. Presidente DJ Cassiá, grande amigo, grande parceiro. Em outubro do ano passado foi a última vez em que estive aqui na tribuna, com muito orgulho, e, no ano de 2011, é a primeira vez que venho à tribuna. Quero desejar a todos nós um ano de 2011 cheio de realizações, e que possamos fazer coisas boas para esta cidade maravilhosa, Porto Alegre.

Quero dizer também que a Copa do Mundo é uma preocupação muito grande, só que, caros Vereadores, Ver. Oliboni, nós estamos esquecendo daquele trabalho maravilhoso, de que vamos precisar muito, que é o trabalho social com as crianças, com os adolescentes. Não é escolinha de futebol para fazer jogador de futebol! Não existe fazer jogador de futebol, é a maior ilusão que nós podemos passar para essas crianças, falar para eles que amanhã eles vão ser jogadores de futebol. Temos que fazer um trabalho social... Inclusive, na Comissão Representativa, eu ouvi alguns discursos que falaram sobre o meu Projeto. O meu Projeto, simplesmente, é um projeto que visa à formação dessa criança para ela ser, lá na frente, um grande cidadão. Se for jogador de futebol, está bem, mas, primeiro, deverá haver a formação dessa criança para ser um grande cidadão da nossa Cidade. Não podemos esquecer isso! Estamos montando esse circo para a Copa do Mundo, e estamos esquecendo do futuro, das outras Copas do Mundo, que são as nossas crianças. Não podemos esquecer das nossas crianças, dos nossos adolescentes! Vamos fazer projetos sociais para eles, como oficinas, não só de futebol, mas também de informática, de todos os esportes, atletismo, etc. Acho que é a grande chance de o Governo, de o Prefeito, e de nós, Vereadores, mostrarmos para esse mundo que vem a Porto Alegre, através do turismo que vai haver aqui, a cidade de Porto Alegre mesmo, transparente, com as suas crianças sendo bem tratadas, com esse povo maravilhoso e educado recebendo esse pessoal.

Sei que a luta vai ser grande, mas eu não me canso. Estou há 17 anos trabalhando com essas crianças, nunca reclamei e nunca pedi nada ao Governo; eu faço isso de coração, porque acho que esse é o caminho, é o caminho para que, amanhã, eu não venha aqui reclamar de violência, de roubo, de assalto. Eu conto muito com a ajuda dos Vereadores aqui, para que a gente possa fazer um trabalho, não só na Zona Sul, mas também na Zona Norte e nas ilhas. Essas crianças precisam muito de nós.

Peço, com carinho, que façamos projetos sociais, projetos para essas crianças. Além dos projetos das obras monumentais, dos concretos, dos gramados, dos hotéis, vamos fazer também projetos para essas crianças, porque aí está o futuro de Porto Alegre. O concreto, os hotéis, as obras são coisas boas para a Cidade, mas o futuro maior está nessas crianças que amanhã vão ser os grandes cidadãos de Porto Alegre. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste pelo Canal 16, público das galerias; primeiro, quero fazer uma afirmação quanto à CPI da Saúde. Nós, do Partido dos Trabalhadores, já decidimos quais os nossos Vereadores que vão fazer parte da CPI da Saúde: Ver. Aldacir Oliboni e Verª Maria Celeste, até para não deixar nenhuma dúvida, pois houve alguns questionamentos quanto a essa questão. Quero afirmar aqui que o Partido dos Trabalhadores é favorável a essa CPI, já estamos indicando nossos nomes, até porque tem as 12 assinaturas, e essa CPI tem que sair, devido a todos os fatos acontecidos envolvendo a Saúde nesta Cidade, ainda mais agora que estamos prestes a votar a criação de um Instituto referente à Saúde. Acho que nós temos que elucidar todos os fatos referentes à Saúde, e até mesmo deveríamos votar a criação do Instituto somente depois da CPI da Saúde, Ver. João Dib.

Nossa principal função como Vereador é fiscalizar a Cidade, e tenho feito isso, andado pela Cidade. E aprendi com o nosso mestre, Ver. João Carlos Nedel, que a gente deve bater fotos e trazer, para mostrar os problemas da Cidade; e tenho feito isso, Ver. João Carlos Nedel. Algumas pessoas da Restinga me chamaram, Ver. Beto Moesch - o senhor, que é um grande lutador pelas ciclovias -, e falaram a respeito da dita ciclovia que está sendo feita lá. Fui até lá conhecer a ciclovia, achei que ia ficar feliz, porque estava sendo implantada uma ciclovia. Quando cheguei lá, deparei com essa ciclovia aqui. Gostaria de mostrar essas fotos para a câmera. (Mostra fotos.) Essa é a ciclovia da Restinga, em cima da calçada, Ver. Beto Moesch, em cima do passeio, está sendo feita a ciclovia. Começaram a fazer no ano passado, talvez tenha sido uma promessa de campanha, mas essa é a ciclovia que está sendo feita hoje. Até acho que está parada. Espero que não tenha sido terminada, mas eu acho que, se não tem espaço aqui, Ver. Beto, o senhor que é um grande lutador pelas ciclovias... Nós somos favoráveis às ciclovias, mas não dessa forma.

Aqui nós temos a parada do ônibus, a rua e a ciclovia do lado. (Mostra fotografia.) Eu gostaria de saber por onde as pessoas vão caminhar - não tem passeio público, as pessoas não têm a calçada para caminhar.

Eu acho que a ciclovia tem que ser feita, Vereadores, junto à rua, não em cima da calçada. Agora vai ter ciclovia, e as pessoas vão caminhar onde, Ver. Oliboni? Vão caminhar na rua? Na ciclovia? Pelo que a comunidade está falando lá, já teve até atropelamentos na dita ciclovia.

Isso é uma vergonha, e vou fazer um Pedido de Informações a respeito do custo dessa obra, se ela foi finalizada, se está continuando, e sobre qual a situação dessa ciclovia. Isso é uma vergonha, Ver. João Antonio Dib, o senhor que é o Líder do Governo!

Esta outra foto mostra que tem um poste no meio da ciclovia! (Mostra fotografia.) Então, além de tudo, as pessoas têm que desviar do poste. O lixo também faz parte da ciclovia, Ver. Comassetto, o senhor que é da Restinga; eu acho que é para separar ali, quem vai, quem vem. Então, as pessoas não vão ter por onde passar, não tem calçada, a calçada e a ciclovia são a mesma coisa. Isso é uma vergonha, e eu vou fazer um Pedido de Informações para ver o quanto foi botado fora de dinheiro público. Espero que parem com essa obra, porque isso aqui não tem condições, isso aqui não existe. Ciclovia como essa é melhor não ter. Houve todo um esforço desta Câmara para aprovar, para ter as ciclovias na cidade de Porto Alegre, mas, se é para ter esse tipo de ciclovia, é melhor não ter, porque isso aqui ficou pior do que não ter nada, Ver. João Antonio Dib, com todo o respeito. Essa foi a obra que foi feita pela Prefeitura de Porto Alegre lá na Restinga...

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Solicito aos Líderes dos Partidos que se aproximem da Mesa.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Ver. DJ Cassiá, que preside os trabalhos no dia de hoje, saúdo V. Exª e os demais colegas Vereadores e Vereadoras e o público que acompanha a nossa Sessão.

A imprensa tem dado enorme destaque, Ver. Garcia, à área da Saúde nos últimos 30 dias, Verª Fernanda. Nós podíamos falar da situação da Fugast: 479 trabalhadores estão com uma enorme dificuldade, desde 1999, portanto há 11 anos. Naquela época, foi uma forma de praticamente terceirizar os serviços. Hoje, os trabalhadores vivem numa situação de dispensa, sem nenhuma garantia de continuidade nesses hospitais em que ora atuam. Eles merecem a nossa solidariedade, e esperamos que, através desse movimento que foi criado, com uma comissão de trabalhadores junto ao Governo do Estado, se busque uma saída junto com o Município, para que o HPV não perca, só ele, quase 300 trabalhadores. Portanto, Ver. Todeschini, cabe a nossa solidariedade a esses trabalhadores, para que se busque uma saída louvável, para que não percam seus empregos, e que possam continuar fazendo saúde em Porto Alegre.

Por outro lado, nós sabemos o que houve ali atrás, há quase quatro anos, quando o Governo dispensou a FAURGS, uma Fundação que cuidava do Programa Saúde da Família em Porto Alegre, e dispensou apenas por divergência sobre uma taxa. O Governo Municipal, na época do Prefeito Fogaça, decidiu buscar em São Paulo o famoso Instituto Sollus, Ver. Adeli, que não tinha nenhuma recomendação. Muito pelo contrário, todos os indicativos anteriores sobre esses trabalhadores que gerenciavam essa empresa apontavam para um antecedente duvidoso, para não dizer outra coisa. Pois essa empresa, em Porto Alegre, lesou os cofres públicos, segundo inquérito da Polícia Federal, em mais de nove milhões de reais. Naquela época - eu me lembro muito bem -, este Vereador e os demais Vereadores da Bancada solicitamos uma investigação, que acabou culminando com um pedido de uma CPI aqui na Câmara, para o qual, na verdade, os Vereadores que fazem sustentação à base do Governo não deram a mínima importância.

Percebemos logo adiante que o inquérito da Polícia Federal confirmava esse desvio, que culminou agora com a assinatura de 12 membros para a instalação da CPI da Saúde nesta Casa. Para que o cidadão possa entender, a CPI da Saúde é para investigar, para buscar esses recursos desviados por uma entidade não idônea, que lesou os cofres públicos aqui no Município de Porto Alegre. E, com certeza, a Comissão de Inquérito vai não só fazer com que esses cidadãos devolvam esses recursos, mas vai também investigar outros recursos ou taxas pagas que são suspeitas, Ver. Todeschini. Acredito que vai ultrapassar muito os nove milhões, porque foram muitos os serviços autorizados por um cidadão, que depois a própria Sollus disse que ele não tinha autorização para fazê-lo, mas admite que esse cidadão foi além do seu limite de autorização dentro da Sollus, em Porto Alegre.

Portanto, essa CPI é bem-vinda, Ver. Comassetto, porque vai elucidar todos os fatos ocorridos naquela época, até porque, nós, Vereadores, não podemos conviver com irregularidades! Nós, Vereadores, não podemos viver com a impunidade! E aqui chegou uma empresa paulista que roubou dos cofres públicos de muitas outras cidades do Brasil e que quis lesar também os gaúchos e porto-alegrenses. Portanto, essa CPI proporcionará a devolução desses recursos aos cofres públicos de Porto Alegre, recursos que ajudarão muito a construir mais espaços e a contratar trabalhadores para a Saúde ser melhor na nossa Cidade.

 

O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Aldacir Oliboni, quero cumprimentá-lo pela sua fala e, ao mesmo tempo, dizer que a população de Porto Alegre está carente, está exigindo respostas: quer saber para onde foram esses quase dez milhões, que hoje estão fazendo falta para a Saúde. O segundo ponto: circula entre muitos a tese de querer invalidar a assinatura de duas Vereadoras que assinaram a CPI e que estavam no exercício de seu mandato, contrariando o nosso Regimento Interno e contrariando, inclusive, o Parecer da Procuradoria desta Casa, que já afirmou que as assinaturas são válidas. Muito obrigado.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Muito obrigado, Ver. Comassetto. Tenho certeza absoluta, Ver. João Antonio Dib, que essas colegas Vereadoras fizeram exatamente aquilo que deveriam ter feito, pois querem que os fatos sejam esclarecidos para a população. À medida que os fatos são esclarecidos, todos nós saímos ganhando pela idoneidade e pela transparência que a Câmara também quer com relação às empresas que são contratadas, nesse caso, inclusive sem licitação.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, sou grato pelo aparte. Eu quero dizer a V. Exª que nós, Vereadores, temos a responsabilidade de falar as coisas com bastante seriedade. O Prefeito, na oportunidade, determinou uma comissão de sindicância, na Prefeitura, para fazer o levantamento dos débitos ou créditos da empresa Sollus. Entrou na Justiça, e foi constatado por essa comissão de sindicância que o valor devido à Prefeitura - porque as notas não foram apresentadas - era de 5 milhões, 824 mil reais, que estão inscritos em Dívida Ativa para que sejam cobrados. É a única forma de proceder. Eu gostaria apenas que não dissessem dez milhões, porque, daqui a pouco, chegarão a vinte. Obrigado.

 

 

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Ver. João Antonio Dib, agradeço pelo aparte. Apenas para esclarecimento: enquanto eu presidia, no ano passado, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa, nós perguntamos, por duas vezes, o que o Município havia feito com os recursos que, segundo ele, ele havia confiscado, mas o Município nunca respondeu para a Câmara Municipal. Por isso, ainda se tem dúvidas sobre as ações que a Prefeitura tem feito para poder retornar esse dinheiro aos cofres públicos.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, obrigado pelo aparte. Só para corroborar a sua manifestação, é importante que se diga que o Ministério Público, do patrimônio público, através de dois Promotores, notificou o Sr. Prefeito Municipal, à época, no segundo mês de vigência do contrato, para que o contrato com a empresa Sollus fosse suspenso. Mas isso não foi feito, não foi observado, e o Prefeito Fogaça só o fez depois de extinto o contrato; portanto, 24 meses depois. Há duas versões sobre o rombo: uma, de que são nove milhões e 600 mil reais; outra, de que seriam 5,5 milhões, aproximadamente.

De qualquer forma, é falso também o argumento de que a dívida foi inscrita em Dívida Ativa contra a empresa, porque uma das notificações que essa empresa recebeu é de que não poderia estar recebendo pagamentos adiantados, porque não tinha patrimônio nenhum, era uma empresa de fachada, portanto fraudulenta, e é bom que tenha essa CPI, porque alguém vai ter que responder. Para mim, o Prefeito da época é o responsável direto, devendo devolver, agora, esses recursos, já que a empresa não tem patrimônio nenhum, e ele sabia disso.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Com certeza, Ver. Todeschini; nós sabíamos que a idoneidade dessa empresa não era boa, até por que as anteriores, com outros nomes e denominações, Verª Fernanda, elas também tinham lesado os cofres públicos de outros Estados.

 

A Srª Fernanda Melchionna: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, primeiro, obrigada pelo aparte. Muito rapidamente, eu queria fazer um adendo, ainda, ao pronunciamento de V. Exª e do Ver. Todeschini, no sentido de relembrar que anteriormente à assinatura do contrato com o Instituto Sollus, o Conselho Municipal de Saúde, por meio da sua função de controle social dos recursos da Saúde, e a nossa Deputada Federal Luciana Genro já tinham alertado que havia problemas com as empresas. Afinal, são sete empresas com nomes distintos e com as mesmas pessoas envolvidas em 40 Municípios no Estado de São Paulo, o que, de fato, configura, quiçá, uma verdadeira máfia da Saúde. Naquele momento, antes mesmo da assinatura do contrato, o Conselho Municipal de Saúde e a Deputada Federal Luciana Genro alertaram para os problemas relativos à sede física da empresa, que não existia em Porto Alegre, às relações existentes em outros estados, como o de São Paulo, e, sobretudo, à questão, posteriormente comprovada, do uso do dinheiro público para financiar a equipagem desse Instituto Sollus em Porto Alegre. Então, nós estamos muito esperançosos e com expectativa em relação à CPI da Saúde para que, de fato, o povo de Porto Alegre tenha direito à verdade, e na luta para que esse dinheiro seja devolvido para Porto Alegre, para o povo da nossa Cidade e para melhorar, de fato, a Saúde.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Verª Fernanda. Com certeza, vai ser um bom recado, Ver. João Antonio Dib, para o então Secretário Clóvis Magalhães, que, na época, depois de inúmeras e inúmeras reuniões com o Conselho Municipal de Saúde, com as entidades, vivia dizendo que o convênio com a Sollus era legal e que essa empresa tinha procedência idônea.

Deu no que deu: vários milhões de reais desviados, uma empresa que, por todos os lugares onde passou, lesou os cofres públicos. Isso nos envergonha, porque nós, Vereadores, alertamos muito o Governo, pois, na verdade, eram procedentes os alertas; era visível! Qualquer leigo que entrasse na Internet e buscasse a procedência da Interset ou de tantas outras empresas de que esses cidadãos foram proprietários veria que elas apresentavam problemas!

Então, não foi por acaso que o aviso foi dado. Agora sai a CPI, e o Governo vai ter que dar muitas explicações! Esperamos que a imprensa continue dando a mesma atenção às ações do Parlamento para que possamos buscar a transparência e a coerência do gestor. Muitas vezes, é inadmissível o gestor tomar atitudes tão estranhas como a daquela época; recentemente, também tomou atitudes estranhas, ao mandar um projeto criar uma fundação sem consultar o Conselho Municipal de Saúde. É claro que o Conselho Municipal de Saúde vem defender a sua posição, como todas as entidades, que, por sua vez, têm autonomia pela causa também o farão. Esta semana, aqui teremos o grande debate, não só das Comissões Conjuntas, que serão hoje à tarde, mas também na próxima quarta-feira, quando estaremos definindo se o Programa de Saúde da Família vai ser regido, dirigido, gestionado por uma Fundação, ou se continuará com o Instituto de Cardiologia ou com a própria Secretaria Municipal da Saúde.

Sabemos nós que muitas coisas devem mudar, muitas! Por exemplo: os trabalhadores do Programa de Saúde da Família recebem um contracheque onde está escrita a palavra estagiário, Ver. Dr. Thiago. Esse trabalhador, ao ir a um crediário em Porto Alegre, não pode nem comprar, porque ele é um estagiário, ele não tem contrato firmado. Nós, inclusive, somos obrigados, todo ano, nesta Casa, a renovar o contrato, porque, se não o renovarmos no final do ano, essas funções serão extintas. Então, é lamentável que uma situação tão deprimente como essa continue assim. Eles, por exemplo, não têm o vale-alimentação, o que é uma discriminação com relação aos outros trabalhadores. Mais do que isso, nós percebemos que inúmeros trabalhadores foram demitidos e, inclusive, fizeram aquela prova antes de 1996, com direitos assegurados pela Emenda Constitucional nº 51. Portanto, eles não deveriam ser demitidos, deveriam ser absorvidos pelo Poder Público, mas continuam sendo demitidos por essa entidade que hoje administra o Programa de Saúde da Família. É lamentável que isso tenha acontecido, e é muito importante que possamos fazer esse debate e, especialmente, que possa ser uma entidade pública de direito público, Ver. João Antonio Dib.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Alceu Brasinha.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste, quero primeiramente agradecer ao Ver. Alceu Brasinha pela cedência do seu tempo em Grande Expediente; também ao Ver. Adeli, que estava no aguardo. Agradeço, mas faço questão que formulem apartes, para ocuparmos da melhor maneira possível esses quinze minutos.

Analisando as notícias do último final de semana, quando tivemos, aqui em Porto Alegre, pode-se dizer que um acidente, numa das vilas irregulares, com energia clandestina, em que um jovem de 18 anos, em decorrência de problemas elétricos, de problema de energia irregular, sofreu uma fatalidade. Infelizmente mais um, mais uma pessoa para a estatística.

Ver. Engenheiro Comassetto, eu lembro que, durante o ano de 2009, trabalhamos intensamente, juntamente com o Ver. Paulinho Rubem Berta, na Comissão Especial de Energia Elétrica. No final do ano, tivemos o Relatório Final, e, na sequência, foi criada a Frente Parlamentar de Energia Elétrica. Trabalhamos muito e conseguimos fazer com que se fizessem as mudanças necessárias na Aneel. Conseguimos fazer com que a Resolução permitisse que a Companhia Estadual de Energia Elétrica pudesse colocar energia provisória nas vilas irregulares de Porto Alegre, desde que houvesse, pela Câmara de Vereadores ou pelo Executivo, a definição de Áreas de Interesse Social para aquelas comunidades, e assim foi feito; mais de quarenta comunidades foram declaradas como Áreas de Interesse Social.

Nós tivemos energia elétrica na Vila Amazônia, e até hoje aquelas famílias têm energia limpa, e aqueles “gatos” não estão mais na rua, para risco de todas as pessoas. No Beco da Vitória - o Ver. Engenheiro Comassetto bem conhece -, lá na Zona Sul, temos metade da rua regular, e os outros 200 metros adiante são irregulares, com os fios caindo, e as famílias - nós estivemos lá na época da Comissão - clamando, porque elas querem pagar a energia elétrica, e há essa confusão. Ficou definido que a Companhia Estadual de Energia Elétrica poderia colocar energia pela nova Resolução da Aneel, em parceria com o Executivo e sem nenhum custo para o Executivo. Só que passou o ano de 2010 inteiro, e os três milhões de reais que estão - ou estavam - na CEEE à disposição, em nenhuma nova vila eu vi essa energia provisória colocada!

 

O Sr. Dr. Thiago Duarte: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Tessaro. Só para contribuir com o debate, quero dizer-lhe que lá na região - o senhor está descrevendo bem a região do Beco da Vitória, mais especificamente do Lami - existem basicamente duas comunidades que clamam, há muito tempo, por isso, e a justificativa da CEEE é de que o Município não era diligente em liberar a possibilidade de ela entrar com a energia elétrica.

Bom, quero trazer para o debate a informação de que a Procuradoria-Geral do Município tem feito um grande esforço, e, só na semana passada, já liberou para cinco vilas a autorização, que é ônus do Município, para que a CEEE efetivamente coloque a luz.

Então, é importante o seu pronunciamento, importante que a CEEE esteja atenta a esse processo, para realmente poder colocar a rede de luz provisória nessas vilas que clamam por isso há muito tempo.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Obrigado, Ver. Dr. Thiago Duarte.

 

O Sr. Paulinho Rubem Berta: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço, Vereador, a oportunidade do aparte. Quero dizer que realmente o senhor tem toda a razão, trabalhamos muito em cima de resolver situações junto à Aneel, com a intervenção do Senador Sérgio Zambiasi, com intervenções de todos, e ficou acertado que a Procuradoria do Município nos enviaria, para uma futura discussão e aprovação, uma cartilha para simplificar o procedimento da instalação de redes de energia elétrica nas vilas chamadas clandestinas. A CUTHAB e a comissão de energia elétrica ainda estão aguardando essa cartilha, e até agora ela não chegou. Surpreende-me o Ver. Dr. Thiago ao dizer que a Prefeitura liberou, para cinco vilas, a autorização, sem que houvesse esse trâmite. Obrigado.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Obrigado, Vereador. Quero dizer, Ver. Paulinho, inclusive, que nós definimos, quando do encerramento da Frente Parlamentar pela Regularização da Energia Elétrica, nove áreas prioritárias, que a Procuradoria passaria a relação das demais cerca de 30 ou 40 áreas para a CEEE, que faria essa instalação de energia. Então, nós temos que ver quem é responsável. Eu acredito que a CEEE tem que colocar logo as suas equipes na rua para executar esse serviço.

 

O Sr. Idenir Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Tessaro. Eu o escutava atentamente e queria exaltar a sua participação como Secretário da Habitação em Porto Alegre e que continua prestando serviços à comunidades carentes, como o senhor vem falando no seu discurso, no seu pronunciamento. Isso é importante, e é importante que a população saiba: a experiência que se traz do Executivo para a Câmara de Vereadores, para poder cobrar, para poder dar sugestões; V. Exª está fazendo isso. Parabéns por ter conseguido trazer essa brilhante experiência do Executivo, lá do DEMHAB para a Câmara de Vereadores e continuar fazendo o que o senhor sempre fez: cuidar da população mais pobre, principalmente daqueles que precisam de uma voz que seja ouvida.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Obrigado, Ver. Idenir Cecchim.

 

O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nelcir Tessaro, quero cumprimentá-lo por trazer este tema ao debate, porque a presença da possibilidade da solução nasceu aqui nesta Casa. Nós tivemos o prazer de trabalhar conjuntamente na Frente Parlamentar da Reforma Urbana, que tenho o prazer de coordenar, com a Frente Parlamentar da Energia Elétrica - que inicialmente era coordenada pelo nosso saudoso Ervino Besson e depois pelo Ver. Paulinho Rubem Berta -, e construímos essa política. A Aneel determinou, a partir do final de 2009, que todas as comunidades irregulares podem receber energia elétrica das companhias, desde que o Município avalize. E o trabalho que realizamos aqui gerou um documento que tivemos a oportunidade de entregar ao novo Governador Tarso Genro, ao Secretário de Infraestrutura, bem como ao Presidente da CEEE. E o Secretário Beto Albuquerque já apresentou e aprovou, no Governo do Estado, como um primeiro projeto para os cem dias: Luz Para Todos Urbano. Portanto, nós precisamos, agora, na retomada dos trabalhos desta Casa e das Comissões, constituir essa relação de Porto Alegre, do Município com o Executivo do Estado, para que este projeto avance para as muitas vilas irregulares que temos. Muito obrigado.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Obrigado pela contribuição, Ver. Engenheiro Comassetto. Eu até aproveito a oportunidade para lhe dizer que o nome que nós criamos era Luz Legal. E aproveito, também, para lhe pedir, Ver. Engenheiro Comassetto, através da sua Comissão, que pudesse oficiar à CEEE, para saber se houve a aplicação dos três milhões que estavam disponíveis para 2010. É muito importante sabermos se os valores que estão disponibilizados são aplicados. Porque, com três milhões de reais, nós atenderíamos a dez comunidades idênticas à Vila Amazônia, que tem cerca de 600 moradores. Eu quero dizer que nós iríamos atender cerca de 6 mil famílias com uma energia legal, uma energia limpa, favorecendo as pessoas que estão ali residindo. Nós sabemos, Verª Fernanda Melchionna, que estamos agora no mês de fevereiro, mas, quando chegarmos no mês de junho, Ver. João Antonio Dib, aquelas famílias, aquelas crianças, vão sofrer novamente um inverno terrível e nem sequer terão condições de tomar um banho quente para ir à escola. Eu acho que está na hora! Dizer que não se pode colocar energia, porque o loteamento não está regular, isso não tem cabimento! Porque toda a energia colocada é reaproveitada - os postes e os fios. Por isso se chama de energia provisória o que foi deferido pela Aneel, na sua Resolução, em que a Companhia de Energia Elétrica faz o aproveitamento de todo o equipamento colocado nesses loteamentos.

Então, nós precisamos de urgência. Acho que hoje as pessoas que estão com sua energia precariamente em casa, não podendo usar os meios adequados, não tendo condições mínimas e vivendo em condições sub-humanas, não podem esperar; essas famílias que estão nessas condições não podem esperar! Não podem ter suas crianças nas ruas com aqueles fios caindo, com risco de alguém colocar a mão ou um brinquedo ou algum outro tipo de equipamento, como um pedaço de ferro, e levar um choque como ocorreu neste final de semana. Nós sabemos que, cada vez que ocorre um temporal em Porto Alegre ou em qualquer uma das capitais do Brasil - porque não é só em Porto Alegre que há isso, temos muitas cidades neste Brasil -, pode ocorrer um acidente. E, quando ocorre um acidente desses, sempre é fatal. Então, temos que começar a acelerar.

Gostaria que a nossa Comissão, presidida brilhantemente pelo Ver. Engenheiro Comassetto, que já diligenciou junto ao Governador do Estado, que pudesse fazer com que os loteamentos, principalmente aqueles que ficaram definidos na época da Comissão de Energia Elétrica, em seu relatório final, que aquelas nove comunidades fossem beneficiadas urgentemente, que sejam beneficiadas. Aquelas nove comunidades foram as que a CEEE avaliou que não haveria problema de instalação, que o traçado das ruas não prejudicaria o fluxo de veículos ou qualquer outro tipo de prejuízo à comunidade ou ao próprio Executivo.

É muito importante que a gente traga esse assunto à baila, para poder fazer com que as comunidades logo, logo tenham sua energia, com toda certeza, limpa. Nós temos aqui que será reaproveitado, agora, no mês de março... O Ver. Toni Proença, que tanto interferiu no ano passado junto à CEEE, e com isso nós tivemos a instalação de energia elétrica na Vila Chocolatão. Esse aproveitamento de tudo o que foi colocado pela CEEE será retirado por ela, até abril, e aproveitado em outra vila. Por que não tirar esse equipamento e já destiná-lo a uma outra vila e fazer com que as coisas aconteçam rapidamente? Nós sabemos que essas 179 famílias terão suas moradias dignas lá no Morro Santana; e assim as outras.

Aproveito esta tribuna, mais uma vez, para lembrar ao Líder do Governo e ao Executivo, que foram incluídas, no projeto de transferência da Vila Dique, as seguintes comunidades: 1.210 famílias da Vila Dique, 120 famílias da Morada do Sol e mais cem famílias da Vila Kedi. Porto Alegre está esquecendo, mais uma vez, daquelas cem famílias que não pegam sol no inverno, aquelas cem famílias que vivem no Centro da Cidade - digo centro da Cidade porque a Av. Nilo Peçanha é centro da Cidade. Elas estão em cima de um leito viário, justamente onde vai ser feito o anel que sai da Chácara das Pedras e vai até o bairro Higienópolis. Então, é importante que não se suspenda o projeto que está na Caixa Econômica Federal; nós trabalhamos muito para levar aquelas cem famílias, Ver. Brasinha, com dignidade para a Zona Norte, o que elas estão aguardando há muito tempo.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Ver. Nelcir Tessaro, queria informá-lo de que, na semana passada, nós tivemos uma reunião sobre a Vila Kedi, com o Secretário Humberto Goulart. Ele está preocupadíssimo justamente nessa linha e ele também pretende, brevemente, retirar aquelas famílias que estão no leito da rua, o que é um sério problema. O senhor, sempre preocupado, fez o Projeto, e o Secretário Humberto Goulart vai concluí-lo, pode ter certeza.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Obrigado, Ver. Brasinha, pela contribuição. Só quero dizer que é muito importante que ocorra, e rapidamente, que se faça esse planejamento, e que as famílias sejam retiradas nas férias de junho ou nas férias de janeiro e fevereiro, porque as crianças que estudam não podem ser removidas de um lado para outro da Cidade, elas têm que frequentar o colégio. As famílias têm os seus empregos próximos, elas precisam de adequação, mas, principalmente, o colégio das crianças deve ficar próximo de suas residências. Cada vez que tem um reassentamento, as crianças ficam distantes dos seus colégios. Então, é muito importante que haja integração entre o DEMHAB, o Executivo, na parte da Governança, e também a Secretaria de Educação, para que prontamente essas crianças sejam matriculadas em colégios adequados, próximos de suas novas residências, para que elas não venham a ter problemas com os estudos, muitas vezes até abandonando a escola. Ver. Tarciso, nós sabemos que, cada vez mais, temos problemas com a educação, principalmente pela distância entre a moradia e o colégio das crianças.

Finalmente, quero dizer, Ver. Tarciso, que estamos trabalhando, juntamente com o Sport Club Internacional, para poder fazer com que o clube possa abrigar as crianças que estavam no Instituto Ronaldinho. Há um projeto que vai se desenvolver nos próximos dias, para que aquelas crianças não fiquem jogadas. O Executivo, em parceria com o Sport Club Internacional, poderá fazer com que haja a continuidade de todo aquele trabalho maravilhoso, em área, talvez, até mais próxima daquela, porque é uma área central. Mas também não fica difícil pegar ônibus e trazer as crianças, para que tenham dignidade e continuem com seu lazer. Muito obrigado, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver. DJ Cássia; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos acompanha na Sessão de hoje, queria trazer a nossa opinião, Ver. Pujol, sobre a Audiência Pública que aconteceu nesta Casa, no dia 3 de fevereiro, fruto de uma luta intermitente de setores vinculados à luta dos trabalhadores, dos sindicatos, das entidades, que, desde dezembro de 2010, lutaram para que a Câmara não colocasse em votação, no afogadilho do final do ano, um projeto que diz respeito imediato a toda a política de Saúde da Família na nossa Capital, Porto Alegre.

E essa luta intermitente trouxe como uma das vitórias, a primeira, a realização da Audiência Pública, dia 3. Eu confesso aos Vereadores, às Vereadoras, aos que nos acompanham pela TVCâmara que, nesses dois anos e dois meses de mandato, eu não tinha visto, em nenhum momento, esta Câmara tão lotada, nem quando o assunto foi o Pontal do Estaleiro, quando a especulação imobiliária foi rejeitada pela população de Porto Alegre. Mesmo no Pontal do Estaleiro, eu não vi as galerias tão lotadas, mais um público esperando lá fora, para poder colocar sua opinião aqui, neste microfone, falando, na Câmara Municipal, para os Vereadores e para as Vereadoras. Majoritariamente, independente da posição política defendida, porque as políticas de Saúde, evidentemente, são políticas de Governo e de Estado, essas entidades pediram a retirada da urgência, porque é um debate muito sério para ser feito em relação à gestão da Atenção Básica e da Saúde da Família. Nós, do PSOL, levamos hoje, à Reunião de Mesa e Lideranças, o encaminhamento que foi feito na Audiência Pública - porque, senão, nós fazemos uma Audiência Pública para as pessoas falarem, e, de fato, não as ouvimos – sobre a retirada do Regime de Urgência, o que foi fragorosamente derrotado pelas outras Bancadas presentes nessa mesma Reunião.

Então, eu gostaria, primeiro, de questionar quais são os encaminhamentos feitos a partir de um amplo processo de discussão muito rico e muito frutífero que foi feito nesta Casa, dia 3 de fevereiro e que, entretanto, não foi contemplado no seu encaminhamento, no pedido que foi feito, nesta tribuna, pelas entidades para os Vereadores e para a Câmara Municipal.

No dia da Audiência Pública, nós fizemos, prezado Edson, Presidente do Sindipetro, uma combinação entre os Vereadores, a fim de permitir que a população e as entidades falassem, estabelecendo que nem todos os Vereadores iriam usar a tribuna. Nós, do PSOL, fomos muito bem representados pelo pronunciamento brilhante do Ver. Pedro Ruas, falando do problema da corrupção e da luta que os mesmos que querem fazer a fundação de direito privado, ou seja, privatizar a gestão da Saúde da Família, tiveram, durante todo o ano de 2010, contra a realização de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, para investigar os dez milhões de reais que trariam mais 20 equipes da Saúde da Família em Porto Alegre se fossem devolvidos pelos agentes omissos ou coniventes que estão no Poder Público, em conluio com esses setores do Instituto Sollus. Nós, em Porto Alegre, que temos um bairro, Ver. Paulinho, do tamanho do Rubem Berta, que batalha para ter uma equipe da Saúde da Família, não podemos, no Parlamento Municipal, nos calar diante dos assaltos aos cofres públicos e às verbas da Saúde.

Mas eu queria também debater um argumento, apenas um, Ver. Comassetto, que foi usado nesta tribuna para defender, muitas e muitas vezes, a fundação de direito privado para gestionar a Saúde da Família. Dizem que o problema da Saúde não pode esperar, e eu concordo. Aqui está o relatório que o Simers fez sobre o problema da Saúde em Porto Alegre. São casos dramáticos de pessoas esperando o atendimento de qualidade que demora meses, às vezes, anos, para ser realizado. Entretanto, que fique claro nesta tribuna: o problema da Saúde são os recursos que são destinados pelo Governo Municipal, que não ampliou em um real as verbas ou, pelo menos, apresentou para nós, tanto para a...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, venho a esta tribuna, no tempo de Liderança de oposição, com muita honra, ocupando a maioria, se não a integralidade, do pensamento da Bancada de oposição desta Casa no que diz respeito à criação do Instituto. Nós estivemos aqui, presenciamos e lamentamos o formato da Audiência, privilegiando apenas a fala dos Líderes de Bancadas. Mas entendemos que, por conta do tempo, não houve oportunidade de ter fala de outros Vereadores. Agora, eu quero aqui também fazer um registro: como o tema é muito polêmico, deveria haver um equilíbrio nas falas dos Vereadores desta Casa. Não é possível, durante uma Audiência Pública, apenas duas Bancadas se manifestarem, e todas as demais, favoráveis ao Projeto, acabarem não se manifestando. Então, quero pedir um cuidado à Mesa e às Lideranças que se manifestaram e pensaram nesse formato, que deem mais espaço para as falas dos Vereadores.

Portanto, hoje faço, mais uma vez, uma manifestação pública e dou minha opinião sobre a criação desse Instituto. O tema não é novo, é um tema que, desde 2007, tem sido recorrente nesta Casa, levantado, inclusive, quando da criação do Departamento, na possibilidade da inconstitucionalidade daquele Projeto, que foi arguido pelo Ministério Público e que fez com que todos nós tivéssemos que, ao aprovar o Projeto nesta Casa, analisar o Veto do Prefeito, em decorrência dos problemas constitucionais da criação daquele Departamento. Problemas esses que, do meu ponto de vista, continuam e se manifestam na criação desse Instituto. É óbvio que a população de Porto Alegre quer e necessita de um atendimento melhor na Saúde. Não dá mais para conviver com filas de espera para um agendamento, não dá mais para conviver com a falta de médicos nos postos de saúde, não dá mais para conviver com a falta de remédios nas farmácias dos postos de saúde da Cidade, mas isso é muito mais um problema de gerenciamento, de gestão pública na Saúde, do que a salvação da pátria com a criação desse Instituto. Vergonhosamente, o Prefeito coloca a população contra os médicos da Cidade, quando diz que o problema da falta de médicos ou da falta de atendimento acontece porque os médicos não cumprem carga horária, não querem sequer bater ponto. Eu quero aqui dizer que, em posto de saúde, em unidades básicas de saúde não há ponto instalado para nenhum servidor. Há, sim, a cobrança de ponto nos grandes hospitais da Cidade, mas, nos postos de saúde, não há essa cobrança. Portanto, se os médicos não batem ponto ou não cumprem horário, é um problema de gestão pública, não é o Instituto que vai resolver isso. Não dá para ser irresponsável e colocar a população contra uma categoria que trabalha muito pela Saúde no Município de Porto Alegre. Acho que são coisas diferentes que são colocadas.

Outra questão que precisamos verificar é que o mérito desse Projeto rompe com aquilo que é pertinente e importante no Programa de Saúde da Família, que é a questão do vínculo estabelecido pelos profissionais com a comunidade. Num modelo celetista, não estatutário, esse vínculo não estará garantido, porque certamente estarão ali atendendo aqueles que foram contratados através de um processo seletivo e não por concurso público. O único regime que garante a contratação através de concurso público é o regime estatutário (A Verª Maria Celeste, em Requerimento, solicitou a substituição da palavra “celetista” por “estatutário”.) e não o regime da CLT.

Quero aqui manifestar a minha inconformidade com a aprovação deste Regime de Urgência e, mais do que isso, a minha inconformidade com os Líderes desta Casa que, após a realização da Audiência Pública, não estão levando em consideração a vontade das entidades que trabalham com Saúde no Município de Porto Alegre, quebrando, com isso, um importante e necessário diálogo que esta Câmara tem que ter com os movimentos sociais...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, é elogiável o esforço que os colegas que são contrários à constituição dessa fundação pública de direito privado para gerenciar a Estratégia de Saúde da Família em Porto Alegre têm realizado - é um esforço hercúleo -, procurando encontrar argumentos capazes de desfazer o amplo apoio popular que esse Projeto vem recebendo. Eu quero, desde logo, dizer aos que levantam a tese da inconstitucionalidade - é importante reconhecer este fato - que vários Municípios buscaram esse caminho, igual a Porto Alegre, e, em nenhum deles, a lei foi declarada inconstitucional. Não é um médico, por mais ilustre que seja, ou um Parlamentar, seja lá quem for, que vai declarar essa inconstitucionalidade. Hoje, fundações com as características desta proposta aqui em Porto Alegre funcionam em inúmeras cidades neste Brasil afora, inclusive, aqui no Rio Grande do Sul. Em nenhum lugar houve reconhecimento de inconstitucionalidade na atuação, ainda que, em alguns casos, fosse muito além daquilo que está se propondo aqui em Porto Alegre.

Eu me manifesto nesse sentido, Sr. Presidente, porque, quando dos debates que aqui ocorreram... E quero dizer à Verª Maria Celeste que, da mesma forma que ela, estou frustrado com o que aqui aconteceu na Audiência Pública, acho que foi um treino de um Gre-Nal, pois se ouviram mais vaias e aplausos do que, propriamente, opiniões. Literalmente, eu diria o seguinte: perdemos uma grande oportunidade de discutir com seriedade esse assunto. Não houve essa possibilidade, porque os discursos foram os mesmos, as vaias foram as mesmas e os aplausos foram os mesmos. De antemão, ao subir à tribuna, já sabíamos quem aplaudiria e quem se manifestaria contra nós. O lamento da Verª Maria Celeste é, mais ou menos, a proporção do que nós vamos sentir nos votos. Seguramente, cada vez é menor o número das pessoas que insistem na ideia de impugnar a constituição dessa fundação, que é um avanço extraordinário, um esforço positivo que o Governo Municipal faz para desenvolver o SUS, que, segundo alegam os contrários à fundação, estaria por ela sendo prejudicado.

Aliás, o meu querido Ver. Pedro Ruas, quando se manifestou na ocasião, disse que a tomada de posição deles era clara: como as pessoas que eram contra a CPI da Saúde apoiavam a constituição da fundação, isso os levava a tomar uma posição contrária à constituição de uma fundação pública de direito privado. Ora, hoje, somente hoje, eu recebi da Diretoria Legislativa da Casa o Requerimento do Ver. Pedro Ruas para a constituição dessa Comissão Parlamentar de Inquérito. Esse Requerimento data de 20 de dezembro de 2010, apesar de registrar um documento assinado em 21 de janeiro do mesmo ano. Quer dizer, um ano depois. Ora, no dia 20 de dezembro, data que foi proposto, registrado e protocolado esse Requerimento - 20 de dezembro de 2010 -, nem todas as pessoas que assinavam esse Requerimento tinham legitimidade. Então, o que eu tenho dito até agora, como homem de opinião, é que algumas assinaturas aqui, constantes nessa data, não poderiam gerar direito algum. Pelo contrário, decaíram à medida que, entre...

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Vereador, seu tempo esgotou.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: ...entre a data em que assinaram e a data, um ano depois, em que foi apresentado o Requerimento, muita coisa aconteceu nesta Cidade e muito tempo foi aqui decorrido.

Então, eu vou manter esta posição, Srª Presidente, e sei que isso não vai ser motivo de surpresa para quem quer que seja. Em várias situações nesta Casa, eu tenho firmado o meu compromisso com a legalidade e com a legitimidade das coisas. E não vai ser agora que eu vou mudar.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Seu tempo esgotou, Vereador.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Certamente, Srª Presidente, esta discussão vai continuar. Eu tenho comigo que, se amanhã, Ver. Manfro, nós resolvêssemos fazer uma Comissão de Inquérito para apurar esses mesmos fatos sem ...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Pujol, apenas para dizer que alertei V. Exª duas vezes sobre o tempo, segurei o cronômetro, mas, para não tratá-lo de forma diferente dos demais, eu tive que deixar correr o cronômetro.

 

(Manifestação fora do microfone do Ver. Reginaldo Pujol.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Eu entendi Vossa Excelência.

 

O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Surgiu do ilustre Vereador, por quem eu tenho respeito e amizade, o Ver. Reginaldo Pujol, uma questão importante, que diz respeito ao conjunto da Casa, sobre a legalidade do pedido. Diz o Vereador que alguns dos Vereadores aqui não têm mais legitimidade para o Requerimento. Ora, até este momento, nenhum dos 12 Vereadores que assinaram, nenhum me pediu para retirar o seu nome dali. Não sei a que se refere o Vereador para dizer que não tem legitimidade. Então, é uma situação importante, e devemos deixar claro que a legitimidade é absoluta. E não há o prazo que o Vereador criou da tribuna, sem nenhum amparo legal. Só para fazer este registro: os 12 continuam querendo a mesma CPI. Obrigado.

 

A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Por gentileza, para registro das notas taquigráficas, no meu discurso, quando eu falei “celetista” eu quis dizer “regime estatutário”. Obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Está anotado, Verª Celeste.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Presidente, o Ver. Pedro Ruas não entendeu o meu pronunciamento. Ninguém precisa solicitar a retirada de sua assinatura, para perder a legitimidade para requerer esse assunto. Quem não é mais Vereador não é legítimo, independente de sua vontade.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Está registrado.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidente, vejo que se desenvolve um precedente razoavelmente grave do ponto de vista da Casa, da regimentalidade. Tenho imensa admiração pelos Vereadores que assim procederam, mas, quando cessa o tempo, o Vereador tem que cumprir o Regimento. Quando sinalizado, ele tem que cumprir o tempo, tem que deixar a tribuna, sob pena de estar subvertendo a ordem dos trabalhos. Não é crítica pessoal. É o meu entendimento.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Está registrado o seu entendimento, Ver. Elói. Eu alertei o Ver. Pujol duas vezes e cortei o seu tempo. De fato, tenho que fazer um apelo aos Vereadores para que não continuem na tribuna, falando sem microfone, porque não contempla o Regimento e não cumpre o sentido de estar na tribuna, já que as pessoas não o escutarão.

O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; eu também, Vereadoras e Vereadores, fico aqui olhando, tenho vindo pouco a esta tribuna, Ver. Mario Fraga, mas, quando venho, venho porque estou achando alguma coisa errada. Verª Sofia Cavedon, por gentileza, eu acho que o tempo tem que ser rigorosamente igual para todos. Para todos! Não podemos deixar uma Vereadora, como a Maria Celeste, ou um Vereador, como o Reginaldo Pujol, falando sozinhos e sem microfone, pois são Vereadores que têm a história da Cidade, Ver. Cecchim, Vereadores que lutam pelas causas sociais, como é o caso do Ver. Reginaldo Pujol. Eu acho que, se tem tolerância, tem que ter para todos, que seja igual para todo mundo, porque não pode, não pode deixar uma Vereadora, como a Maria Celeste, ou o Ver. Reginaldo Pujol falando sozinhos. Não pode!

Também quero falar aqui a respeito da fundação da Saúde. Eu não tive oportunidade de falar no dia da Audiência Pública, coisa que eu queria ter feito e não pude, mas quero dizer, senhoras e senhores, que a cidade de Porto Alegre vê com bons olhos a fundação - com bons olhos -, basta ver que o melhor jornalismo que temos, o da RBS, apoia o Projeto do nosso José Fortunati. Apoia, Verª Maria Celeste! A senhora sabe que o nosso jornalista Lasier Martins tem sempre uma opinião sobre a Cidade e ele apoia o Projeto do Prefeito José Fortunati. O Cláudio Brito, que é Promotor, que entende de tudo, apoia, Ver. Dib! Será que somos só nós que não queremos apoiar? Será que são só alguns Vereadores aqui que são contra e que não querem ver a população ser bem servida e bem tratada? Se tem médico que não quer trabalhar, me desculpem, Dr. Raul e Dr. Thiago, mas se tem esses médicos que não querem trabalhar e não querem bater ponto, eles não podem ser funcionários do Município! Não podem! Se eles querem ter um compromisso sério, têm que cumprir horário e têm que apertar o botão também!

Esta semana teve gente que estava me dando um troféu, dizendo que eu fui o campeão em perder Ordem do Dia. Realmente, porque eu canso de estar lá na Secretaria, resolvendo problemas da população, mas eles não querem saber o que é e aí botam na mídia. Então, o Sr. Doutor, o Sr. Médico tem que apertar o botão também! O Prefeito da Cidade, os senhores que querem o bem-estar da população... Aí se reúnem várias pessoas que são contra o Projeto, que é maravilhoso, que vai deixar a Saúde mais bem servida, e vêm aqui.

Então, eu quero dizer ao meu querido Prefeito José Fortunati que meu voto é certo. Só não voto duas vezes, porque não dá, meu Líder Dib, senão, votaria, porque quem quer resolver o problema está preocupado. Prefeito, pode contar com o apoio deste Vereador e da Bancada do PTB - do meu Líder, Ver. Nilo Santos; do querido Ver. Tessaro, do Ver. DJ Cassiá, do Ver. Elói Guimarães, pode ter certeza, todos vão votar! Nós queremos o bem da Cidade, Verª Celeste, nós queremos que a Saúde avance. Quando o PT entregou a Saúde ao nosso Prefeito José Fogaça, era vergonhoso, era mais que isso, era muito vergonhoso, Vereadora, a senhora sabe que era! Eu acompanhei, fui a vários postos de saúde junto com nosso querido Vice-Prefeito Eliseu Santos, e lá estavam eles trabalhando! Será que as pessoas, só porque são da oposição, não reconhecem o bom trabalho que o José Fogaça fez? E ainda vai fazer muito, porque ele pode voltar daqui a um pouquinho e ser Prefeito, Governador. Isso passa! O Tarso também concorreu a Prefeito, ganhou; concorreu a Governador, perdeu e, agora, está aí de novo. Por que o Fogaça não vai voltar? Vai voltar, e podem ter certeza, vai fazer bem para a cidade de Porto Alegre.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores; Verª Sofia, V. Exª está iniciando o seu período à frente deste Legislativo, e, com toda a certeza, nós, Vereadores de todas as correntes políticas, vamos fazer o possível e o impossível para apoiá-la em suas ações. Mas eu acredito que V. Exª já começa o seu período com um problema difícil de ser resolvido. Nós vamos ter, se tudo vingar de acordo com o que foi encaminhado por V. Exª, duas CPIs nesta Casa. Esta Casa, na verdade, não tem as condições necessárias para abrigar uma CPI, porque a gente tem dificuldades para fazer tudo aquilo que é necessário para que uma CPI possa andar. Com duas CPIs, nós vamos ter, realmente, uma dificuldade muito maior, meu querido amigo, Ver. Pedro Ruas, e temos que atentar para isso.

Vossa Excelência poderia dizer que os problemas não têm data para aparecer, que eles vão aparecendo, e nós temos que usar os remédios que a Casa tem para curá-los. Mas eu acredito que nós não vamos nem resolver o problema da Secretaria da Juventude, se nós tocarmos assim, nem vamos resolver o problema da Saúde. Até porque, Ver. Pedro Ruas, se a Verª Sofia Cavedon não quiser ouvir a Comissão de Constituição e Justiça, o que eu acredito que é necessário que faça, pois, afinal de contas, há a discussão relacionada com uma assinatura, porque, se houvesse as 12 assinaturas normais, tranquilas, é claro que a própria Presidente não precisaria ouvir mais ninguém, ela mesma determinaria que a Comissão começasse os seus trabalhos. Acontece que nós temos uma grande dúvida que não foi solucionada pela Procuradoria, nem poderia ser, porque a Procuradoria é apenas um órgão orientador, mas poderia ser resolvida pela Mesa, se tivesse aquiescência de todos os Vereadores, e, principalmente, se a Comissão de Constituição e Justiça entendesse que as coisas poderiam ser feitas assim.

Como não existe essa unanimidade, é claro que essa CPI proposta por V. Exª e que tem uma assinatura, pelo menos, que está sendo discutida, tem que, primeiramente, passar pela Comissão de Constituição e Justiça. Depois disso, se o parecer da Comissão - coisa que eu não acredito - for favorável, a CPI pode funcionar normalmente; caso contrário, não. E não adianta tentar forçar a barra, seria lamentável que as coisas pudessem acontecer assim, numa forçação de barra, pois bastaria que os Partidos não indicassem seus representantes, entendendo como não legítima a CPI. Eu acho que nós não precisamos chegar a esse ponto, eu acho que nós podemos chegar a um ponto de entendimento em que as várias instâncias da Casa possam se manifestar e ter as suas manifestações respeitadas. É o caso da Comissão de Constituição e Justiça - que o meu querido amigo, Ver. Pedro Ruas, já presidiu nesta Casa e presidiu muito bem -, que eu tenho certeza absoluta de que agora, sob o comando do Ver. Elói Guimarães, também deve fazer um trabalho tão bom como foi feito anteriormente, com o Ver. Pedro Ruas. Se não houver respeito a essas instâncias, eu acho que resta muito pouco de respeito também aqui no trato de um Vereador com outro Vereador. Eu acho que temos que respeitar essas instâncias. A Comissão de Justiça é, neste instante, a instância que deve ser ouvida, para se saber se essa Comissão da Saúde tem que ser iniciada ou não, por causa, exatamente, daquela assinatura que está sendo colocada em dúvida. Se a Comissão de Constituição e Justiça entender que aquela assinatura é válida, tudo bem, começam-se os trabalhos, muito embora, é claro, uma Comissão atropelando a outra, porque seria uma CPI atropelando uma outra CPI. Mas, em todo o caso, eu acho que falta isso. Sem que a Comissão de Justiça fale alguma coisa, eu acho que nós, realmente, estaríamos atropelando a Comissão de Constituição e Justiça, e isso seria muito grave nesta Casa.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Vossa Excelência é testemunha de que eu não costumo usar as Questões de Ordem de maneira tão seguida, mas se faz necessário, pois o Ver. Braz coloca um tema, dizendo que a Comissão de Justiça precisa ser ouvida. Bom, há uma decisão da Presidência da Casa, Ver. Braz, de que a Comissão de Justiça somente será ouvida, se houver um recurso em relação à decisão da Presidência da Casa, é óbvio. Então, se houver recurso, é necessariamente ouvida a Comissão de Justiça, para que o Plenário decida no final. Se houver recurso. Se não houver recurso, não será ouvida. E será ouvida de maneira consultiva. O Plenário é que decide o recurso em relação à decisão da Presidência da Casa. Do jeito que V. Exª falou, parece que ninguém queria mandar para a Comissão. Não, se houver recurso... Ninguém entrou com recurso, nem V. Exª, ninguém entrou com recurso. Se houver recurso, irá para a Comissão e voltará a Plenário.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Pedro Ruas, dou razão a V. Exª, é que o recurso está sendo elaborado, está praticamente pronto. Mas V. Exª tem razão. Precisa que haja o recurso à Mesa, para que possa ir para a Comissão de Justiça. Como eu tenho ciência de que esse recurso já está ficando pronto, fiz esta manifestação da tribuna, Ver. Pedro.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Quero dizer que há um equívoco na análise feita até então sobre esse caso da CPI. CPI é um instrumento das minorias e, se tem um embasamento regimental e legal, é obrigação da Presidente encaminhar. Então, quero dizer aqui que o seu encaminhamento está correto.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Comassetto. Assim entendo também, e não há nenhum recurso até o momento.

O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu venho à tribuna hoje, Ver. Sebastião Melo e Ver. Tessaro, para demonstrar a minha solidariedade com os colegas da Bancada do PT - que não me pediram, Ver. Adeli, mas a presto - e lamentar muito que o Governo Tarso Genro não tenha aproveitado nenhum Vereador do PT para o seu Governo. No começo, eu fiquei imaginando que íamos ter muitos Vereadores aqui da Casa no Governo, porque vi o nosso colega Maurício Dziedricki logo ser chamado para ser Secretário, Vereador competente do PTB. E estava quase com certeza, pela grande votação...

(Aparte antirregimental.)

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Eu não me elegi, mas o meu candidato também não se elegeu! Eu vejo aqui a Verª Maria Celeste, o Ver. Oliboni, o Ver. Todeschini, o Ver. Adeli, o Ver. Comassetto, Vereadores competentes, que nos deixariam muito felizes se estivessem no Governo. Eu imaginava, certamente, com a competência deles, como a do Ver. Todeschini, que foi Diretor do DMAE - tenho informações, não fazia parte do Governo na época -, que iriam aproveitá-lo na Corsan, mas o Todeschini não foi para a Corsan. Imaginei o Ver. Oliboni num posto-chave na Secretaria da Saúde, até para termos um canal aberto com essa Secretaria e resolver muitos problemas da Saúde em Porto Alegre, mas não vi o Ver. Oliboni lá na Saúde. Imaginei que a Maria Celeste, nossa Vereadora competente, combativa, lá da Zona Norte, ia fazer parte do Governo Tarso. Não foi a Verª Maria Celeste para o Governo Tarso Genro.

 

(Aparte antirregimental da Verª Maria Celeste.)

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Foi uma pena! Realmente, Vereadora, é uma pena! Aí, o nosso Presidente do Diretório Metropolitano, o Ver. Adeli Sell, que foi um grande Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio - aí eu posso dizer -, também não foi para o Governo. O Ver. Engenheiro Comassetto também não foi, mas nós não o deixaríamos ir, porque ele ocupou tantas vezes, brilhantemente, a tribuna no ano passado que nós queríamos que ele ficasse aqui pela Câmara. Mas eu falo daqueles, principalmente, que concorreram, que fizeram votos. O Mauro Pinheiro, que é um empresário, que teve o peito de dizer que “empresário também é trabalhador”, porque, para o PT, até pouco tempo atrás, era um sacrilégio ter empresário no PT. Aí, o Ver. Mauro Pinheiro foi lá e colocou um slogan: “Empresário também é trabalhador”. Gostei muito de ver aquela frase estampada na propaganda. Teve coragem o Ver. Mauro Pinheiro!

E o Governador Tarso Genro não se sensibilizou e não levou nenhum desses Vereadores para o seu Governo. Vão fazer falta para o Governo Tarso. Eu tenho certeza de que, nestes quatro anos de Governo, ele ainda vai precisar de um desses Vereadores, e eles vão dizer “sim”. Na hora em que eles forem chamados, eles vão mostrar a competência deles, vão nos orgulhar muito, quando forem para o Governo. Mas, no momento, sem ser pedidos, sem serem solicitados, eu quero dizer que eu estou muito solidário com todos eles. Eu sei como é ruim perder eleição, ganhar o Governo e continuar sem participar do Governo. Então, a minha solidariedade.

E eu quero dizer que nós vamos ficar aqui na Câmara de Vereadores, pedindo soluções principalmente para aqueles pleitos que os nobres Vereadores sempre fizeram à Governadora, que terminou há pouco o seu mandato, e ao Governador Rigotto, que terminou há quatro anos. Quanto a todos esses pleitos que os Vereadores pediram aqui, eu tenho certeza de que eles vão fazer coro conosco, quando precisarmos pedir ao Governador Tarso Genro para que cuide um pouco mais de Porto Alegre. A minha esperança era de que muitos Vereadores do PT fossem para o Governo, mas, já que não foram, eu tenho a certeza de que eles serão solidários quando nós pedirmos alguma coisa para a cidade de Porto Alegre ao Governo do Estado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, venho a esta tribuna, primeiro, porque gostei do que ouvi do Ver. Brasinha. Na questão, Vereador, eu nem sei se sou a favor do Prefeito, mas acho que sou a favor da população mais carente de Porto Alegre, daquela mãe que, muitas vezes, vai ao posto de saúde com uma criança no colo e outra pela mão, chega no balcão, fica aguardando sua vez de ser atendida, e aí lhe dizem assim: “O Dr. Fulano de Tal não veio, ou o Dr. Fulano de Tal está atrasado”. E aquela mãe fica ali, muitas vezes, esperando por um tempo muito precioso para ela, principalmente. Só que tem gente que esquece que não é só o salário que é importante, é importante cumprir as funções que o salário exige. Então, Ver. Brasinha, eu também sou a favor. Totalmente! Pode ter certeza disso. Este Vereador vai votar com a população, até porque sou um Vereador que todos, graças a Deus, com muito orgulho, chamam de “comunitário”, o cara que mais trabalha.

Mas eu quero mais! Quero agradecer a parceria dos médicos Dr. Raul e Dr. Thiago, agradecer ao pessoal que defende totalmente a Saúde aqui, ao Ver. Oliboni, que foi lá conosco, aos médicos desta Casa e a todos, Ver. Todeschini, que nos ajudaram, porque este Vereador não é muito do embate, do corpo a corpo. Este Vereador é de buscar, ir lá construir. Quero dizer que a UPA, com o trabalho de várias lideranças do Eixo da Baltazar, está indo para o Centro Vida! O Secretário Casartelli tem agido com muita coerência e nos ajudado, buscando terreno, buscando recursos. Estou muito feliz com isso! A região do Rubem Berta está ganhando mais duas Unidades de Saúde! Olha, nunca se levou tanta Saúde para lá como se está levando agora. E sou muito feliz por ter a oportunidade, que a população me deu, de fazer parte disso. Nós vamos ter a UPA no Centro Vida. Vamos ter uma Unidade de Saúde na Rua Domênico Feoli, que é do PPV - Programa de Prevenção à Violência. E vamos ter um PSF na Rua Profº Augusto Osvaldo Thiesen, que vai atender a mais mil e poucas famílias, com muito orgulho e muita luta de todos, praticamente, desta Casa aqui! Eu quero ser solidário, quero que os Vereadores que têm nos ajudado continuem nos ajudando naquela região de Porto Alegre. Vereador Oliboni, muito obrigado, pessoalmente, pela sua intervenção, quando Presidente da Comissão de Saúde; estivemos lá naquela região, caminhamos ao sol, sou muito grato por isso. Dr. Thiago, a mesma coisa; também o Dr. Raul, que foi um dos grandes batalhadores pela instalação da UPA lá. Agora, rapidamente, se Deus quiser, vamos instalar mais esses dois postos de saúde.

Gostaria ainda de fazer um apelo ao Secretário Cezar Busatto, da Governança, pois deve estar por lá, na Procuradoria - o Ver. Marcantônio sabe disso -, a Cartilha para as vilas chamadas “clandestinas”, com luzes clandestinas: que nos mandem a Cartilha! Ela foi construída por nós, foi construída pela CUTHAB e pela Comissão de Energia Elétrica. Foi para lá e parou! O Ver. Tessaro participou disso, o Ver. Comassetto participou desse trabalho, o Ver. Todeschini, vários dos Vereadores trabalharam para construir isso. E nós, em hipótese alguma, vamos fechar os olhos, ouviu, Ver. Todeschini? Nós queremos aquilo que nós construímos - parceria, ética, moral -, para que as coisas aconteçam. Nós queremos a Cartilha, para levá-la para as vilas e dar o direito às pessoas que correm risco até de vida de instalar sua luz regular, de pagar a sua mensalidade, o seu consumo. Não sei por que parou! Se for o caso, vou solicitar ao Prefeito Fortunati uma audiência, para vermos onde está a Cartilha. A Cartilha foi construída por nós, com a Aneel, com o apoio do Senador Sérgio Zambiasi, do Presidente da CEEE, Sérgio Camps - todos esses construíram a Cartilha. Essa Cartilha tem que vir para cá para discussão! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Vereadores, não tendo mais nenhuma inscrição para Comunicação de Líder e tendo recebido um Requerimento para retirada do Regime Urgência, Requerimento esse que precisa ser avaliado em Ordem do Dia, e estando prevista a Ordem do Dia, eu queria avaliá-lo junto com os Líderes. Solicito que os Líderes se aproximem da Mesa, para darmos encaminhamento à questão. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h23min.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 16h25min): Estão reabertos os trabalhos.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 16h26min): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Pedro Ruas e da Verª Fernanda Melchionna, solicitando a retirada do Regime de Urgência do PLE nº 053/10. (Pausa.) O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento, como autor.

 

O SR. PEDRO RUAS: Srª Presidente, Sofia Cavedon; Vereadoras, Vereadores, público que nos assiste; o nosso Requerimento tem uma coerência com a nossa posição desde o início, com a nossa posição manifestada hoje, na Reunião Mesa e Lideranças, mas também com aquilo que foi solicitado, debatido na própria Audiência Pública realizada na semana passada, nesta Casa. Aqui desta tribuna, o representante da UAMPA, que inclusive defende o projeto da fundação, defende a ideia da criação da fundação, levantou algo da maior relevância: que o Projeto deveria ser mais e mais discutido, inclusive, no Orçamento Participativo. Não sei se é possível chegar a tanto, mas, em qualquer hipótese, há necessidade, independentemente do mérito do Projeto. O mérito é algo sobre o que todos os Vereadores e todas as Vereadoras, portanto, todas as Bancadas, têm posição, e boa parte deles ou delas já se manifestou sobre isso. Independentemente do mérito do Projeto, há uma ideia - e isso ficou mais claro ainda durante a Audiência Pública - de que a urgência não contribui para o esclarecimento da questão. Esse é o grande dado. Não importa dizer agora aqui, nem vou fazê-lo, não é este o momento para este Vereador dizer o que se pensa ou quais são os argumentos contrários ao Projeto, como também não me parece o mais adequado que se debatam os argumentos favoráveis ao Projeto. Eles já foram bem expostos, ao longo das últimas conversas nesta tribuna, mas, particularmente, na Audiência Pública, em que restou claro e absolutamente indiscutível que há necessidade, sim, de aprofundar a discussão, que há necessidade de melhorar algumas ideias, alguns preconceitos, e podem ser do lado até de quem não quer o Projeto, não quer a fundação. É possível, é o debate, Ver. Brasinha, que nos dá essa possibilidade.

Portanto, o que eu e a Verª Melchionna pretendemos aqui, nós, que assinamos este Requerimento, é simplesmente retirar a urgência. Retirar a urgência nos possibilita um debate maior, e os defensores do Projeto, que são, inclusive, sabemos, maioria na Casa, podem - e, na minha opinião, devem - esclarecer não só a Casa, mas, fundamentalmente, a sociedade, ter posição em relação ao Orçamento Participativo, às diversas zonas, convencer ou ser convencido, ou, pelo menos, esclarecer a sua posição para o conjunto da sociedade, particularmente para aquelas trabalhadoras e trabalhadores que atuam no setor da Saúde. Acho importante, até para que, se for aprovado, o Projeto possa funcionar da melhor forma, que haja esse tempo e não paire sobre ele sempre a acusação de que foi votado com urgência, às pressas, enfim. Por isso, o nosso Requerimento. Obviamente, não interfere no mérito, evidentemente. Mas, com certeza, ele possibilita, viabiliza uma discussão mais intensa e dá mais legitimidade a qualquer das posições finais, seja o Projeto rejeitado - o que, reconheço, é pouco provável, Ver. Brasinha -, ou aprovado - o que é mais provável -, mas sem o Regime de Urgência, sem o atropelamento, com mais condição de debate e esclarecimento.

Então, nós encaminhamos favoravelmente, na condição de autores - eu, na condição de autor -, pela aprovação do Requerimento, e, portanto, a retirada da urgência de uma discussão de tamanha envergadura, tamanha importância histórica, inclusive, para a cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento.

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, agradeço ao Ver. Pedro Ruas, nosso Líder do PSOL, por vir aqui encaminhar o nosso Requerimento, que é parte, Ver. Pedro Ruas, da nossa política de que os nossos mandatos estejam a serviço dos movimentos sociais de Porto Alegre e a serviço da democratização dos debates importantes.

Quero ressaltar, e as lideranças sabem, que fizemos esta proposta hoje, na reunião de Mesa e Lideranças, por entender que havia um clamor na Audiência Pública da semana passada, que foi expresso pelas pessoas contrárias ao Projeto e pelas favoráveis ao Projeto. Quando foi anunciada a vitória em relação a existir uma audiência pública na Câmara Municipal como uma das partes da luta dos movimentos da Saúde em Porto Alegre, este plenário inteiro, independentemente de posição, aplaudiu. Este plenário lotado, com gente nas duas galerias e com mais de 150 pessoas do lado de fora, acompanhando a votação pelo telão, aplaudiu o fato de a Câmara estar abrindo suas portas para ouvir a comunidade, porque, teoricamente, nós estamos na Casa do Povo.

Entretanto, não pode existir uma audiência pública, Ver. Pedro Ruas, em que as entidades encaminhem que querem a retirada do Regime de Urgência, para discutir com as lideranças do Orçamento Participativo, para discutir no FROP, para discutir nas comunidades, para discutir em assembleia, nas suas entidades, e a Câmara, simplesmente, não encaminhe. Afinal, nós fazemos uma audiência pública apenas para ouvir os interessados, ou para encaminhar aquilo por que a comunidade clama na Câmara de Vereadores de Porto Alegre? Essa reivindicação foi feita, inclusive, pelo Presidente da UAMPA, que é favorável ao Projeto, pensa diferente de mim! Veio aqui, nesta tribuna, pedir tempo para discutir com as comunidades, que estão na base da sua entidade, representada por ele, aqui, na Audiência Pública.

Nós não podemos admitir que, numa audiência, existam discursos e nós não façamos aquilo que a população de Porto Alegre nos pede sobre um tema tão polêmico, Ver. Cecchim, sobre um tema que é parte da história política do Brasil e de Porto Alegre, sobre um tema que foi fruto de décadas de lutas, antes da Constituinte, para arrancar o Sistema Único de Saúde, um tema que envolve todas as categorias que trabalham na Saúde pública e seus usuários, muito bem representados, também, pelo Conselho Municipal de Saúde. Será que a Câmara vai fechar os ouvidos para uma reivindicação das entidades?

Eu não quero entrar no mérito do Projeto, porque estou encaminhando a votação do Requerimento; eu poderia entrar, mas não o farei. Nós podemos fazer com que o Projeto tramite em todas as Comissões da Casa, como um projeto normal, para que os Vereadores ouçam as entidades, façam debates, promovam maiores esclarecimentos nos postos de saúde, tanto dentro quanto nas filas que existem por falta de médicos, por falta de profissionais da Saúde. Afinal, é um projeto absolutamente complicado e, na nossa opinião, privatista da gestão da Saúde, o que não é o mérito do encaminhamento deste Requerimento. Mas esse Projeto jamais foi discutido, Ver. Pedro Ruas, na campanha de 2008, quando foi eleito o Prefeito Fogaça - que se licenciou, e assumiu o Prefeito Fortunati -, que é o maior exercício de votação das pessoas numa pretensa democracia. Então, como pode a Câmara não ouvir todas as regiões do OP, fazer esse debate publicamente, para que a gente possa não só esclarecer, como garantir que os compromissos sejam cumpridos? Porque, lá em 2008, foi prometido pelo ex-Prefeito Fogaça, eu bem me lembro: 200 Equipes de Saúde da Família, em Porto Alegre. Hoje, temos menos de cem! Talvez as maravilhas que estão sendo propaladas por este Projeto, que não têm nenhuma relação com a realidade ou com a escrita do Projeto, também sejam parte de vãs promessas. Isso só o debate vai dizer, isso só a discussão pública vai dizer, isso só a democracia pode aprofundar. A Câmara tem que exercer plenamente a democracia e aprofundar, cada vez mais, a democratização dos seus processos. Portanto, é fundamental a retirada do Regime de Urgência e uma discussão mais ampliada com o povo de Porto Alegre.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; eu gostaria de ouvir a opinião de várias Bancadas e dos Vereadores, especialmente da Comissão de Constituição e Justiça, que tive o prazer de integrar durante dois anos, Ver. João Antonio Dib, sobre a constitucionalidade deste Projeto. Por isso a nossa angústia de que este debate tenha que ser exaustivo, porque nós não apenas vamos estar ferindo a Constituição Federal, no seu art. 39, quando diz, no caput, da definição da exigência do regime jurídico único e estatutário para as fundações públicas; nós estaremos também ferindo o § 2º do art. 21 da Constituição Estadual, que garante que as fundações públicas são equiparadas às autarquias, regendo-se por normas a essas aplicáveis. Nós estaremos, companheiros e colegas da Comissão de Constituição e Justiça, ferindo a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, no art. 33. Essas questões do debate jurídico da constitucionalidade estão passando ao largo, porque nós estaremos fazendo um debate conjunto de Comissões e não um debate específico da atribuição de cada Comissão. O art. 33 da Lei Orgânica do Município, Ver. João Antonio Dib, diz claramente: “O regime jurídico dos servidores da Administração Centralizada do Município, das autarquias e fundações por ele instituídas será único e estabelecido em estatuto, através de lei complementar, observados os princípios e normas da Constituição Federal e da Constituição Estadual.” Nós vamos também estar indo contra o Código Civil, que prevê a criação de fundações somente para atividades religiosas, morais, culturais ou de assistência. Se não há fundamento jurídico legal sobre esse aspecto, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, onde estão os fundamentos jurídicos para a legalidade deste Projeto?! Nós sabemos muito bem que a fundação pública tem que ser de direito público. A Emenda nº 19, de Fernando Henrique, é que deu guarida para a criação de várias fundações públicas de direito privado no Brasil. Aconteceu assim, é fato, com a criação da UERGS. O que vemos hoje? Uma universidade desmontada, sem sequer ter recursos públicos definidos para o atendimento, pautada apenas pelo esforço dos técnicos, dos trabalhadores da Educação, dos professores e dos alunos. Foi isso que nos disseram aquele dia aqui, na Audiência Pública. Se não há fundamentos contra a legalidade e a constitucionalidade deste projeto, a Câmara Municipal precisa se debruçar sobre esse tema, e nós precisamos de mais tempo, porque há, sim, recursos contra as Prefeituras que já instalaram e já aprovaram, nos seus projetos, a criação desse instituto.

Quero aqui também dizer que esse Projeto veio para esta Casa com 43 Emendas, e nos parece que houve um aceleramento, um açodamento - mais uma vez, uso essa palavra - por parte do Prefeito Municipal. O Projeto veio de uma forma que eu me sentiria até envergonhada de mandar um projeto com esse teor de escrita e de redação. Foi um “recorta e cola” de outros projetos, tanto que as Emendas que foram apresentadas foram para corrigir erros primários, erros básicos de um projeto que não deveria ter esse teor e esse tipo de erro.

Portanto, precisamos de mais tempo, sim, precisamos de uma análise específica da Comissão de Constituição e Justiça desta Casa, com pauta exclusiva nesses artigos que eu citei aqui, para que, efetivamente, tenhamos garantia jurídica para a continuidade deste debate. Parece-me que o açodamento, a vontade política do Prefeito está em jogo neste momento para “passar a patrola”, o que certamente fará nesta Casa. Mas seria de bom-tom que esses Vereadores ouvissem a população, ouvissem o que foi dito na Audiência Pública e, acima de tudo, dessem mais tempo para que, efetivamente, possamos trabalhar neste Projeto. Obrigada, Srª Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento, pela oposição.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, lideranças aqui presentes, Presidenta do Conselho Municipal da Saúde, aqui conosco; em todo processo feito no afogadilho, sem a discussão necessária, sem as concertações necessárias, quem paga pelos seus prejuízos é a sociedade. E, nesse tema da Saúde, Ver. Mauro Zacher, a comunidade de Porto Alegre já tem pago e pago com vidas, pois os desmandos e o não cumprimento dos acordos constituídos até então têm remetido a situações delicadas. E nós estamos em mais uma situação delicada: há um Projeto com a importância que tem, uma proposta do Executivo, o início de um debate pela sociedade - o início de um debate -, e se busca um Regime de Urgência, em que se estigmatizam as posições e não se analisa, com profundidade, o conteúdo.

Eu vou relembrar aqui um conjunto de acordos que nós constituímos nesta Casa, meu querido Líder do Governo, Ver. João Antonio Dib, que costuma dizer “saúde e paz”. Eu acrescentaria, neste momento, saúde, paz e paciência, porque a paciência é uma das virtudes que iluminam o homem. Em 2006, num debate realizado nesta Casa, foi feito um acordo, junto com o Ministério Público, de que seria enviado, até março de 2007, um projeto, para que nós discutíssemos e analisássemos, para reestruturar a Saúde de Porto Alegre e a Saúde da Família. O Projeto foi enviado pelo então Secretário Eliseu Santos, no dia 30 de março de 2007. Mas era um projeto crivado de inconstitucionalidades. A primeira delas dizia que seria aberto um concurso público, Ver. Ferronato, mas que ninguém poderia ter mais de 40 anos para se inscrever como profissional da Saúde, afrontando diretamente - Dr. Raul, o senhor lembra o debate que fizemos aqui - a Constituição, que proíbe que qualquer cidadão brasileiro seja impedido de trabalhar na esfera pública pela idade, religião ou raça. E o Executivo, através do então Prefeito Fogaça, mandou esse Projeto. O Projeto foi amplamente debatido nesta Casa, houve um ano de debate, o então Presidente, Ver. Sebastião Melo, lembra muito bem. Retiraram o Projeto, para enviar outro. Enviaram outro Projeto em 2009, que ficou até 2010 e não deu em nada novamente. Agora, no final de 2010, nas festas natalinas e de Ano Novo, chega um projeto a esta Casa, para ser votado em dez dias, criando um novo instituto para a Saúde de Porto Alegre, com a polêmica da fundação. Junto com isso, o Prefeito, sabiamente, compra o debate da assiduidade dos médicos e ganha uma grande adesão da sociedade, que quer lá os profissionais, mas desconhece que a Constituição brasileira diz que os Conselhos de Saúde - do Município, Estado e União - têm que analisar e aprovar os projetos, para que sejam feitas transformações na Saúde. E isso já foi rejeitado pelo Conselho Municipal de Saúde. Na última semana, a nossa Audiência Pública demonstrou a qualidade das divergências que temos.

Portanto, agora, querer aprovar um Regime de Urgência, Ver. João Antonio Dib, com sua sabedoria, é dizer: nós estamos contra o que a sociedade está nos exigindo, temos que ter qualidade e profundidade e, para isso, temos que ter tempo para analisar. Aqui nesta Casa temos as Comissões de Saúde, de Direitos Humanos e assim por diante. Concluo dizendo que não devemos votar em Regime de Urgência, e sim pelos trâmites normais. Muito obrigado, um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação nominal, solicitada por esta presidência, o Requerimento de autoria do Ver. Pedro Ruas e da Verª Fernanda Melchionna. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 09 votos SIM e 23 votos NÃO.

Estão suspensos os trabalhos, para realização da Reunião Conjunta das Comissões.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h53min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Sofia Cavedon – às 18h29min): Estão reabertos os trabalhos. Estamos na Ordem do Dia.

Em votação as seguintes alterações na composição das Comissões Permanentes: o Ver. Professor Garcia passa a integrar a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude - CECE -, na vaga do Ver. Elias Vidal, que passa a integrar a Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação - CUTHAB. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.

 

A SRA. PRESIDENTA (Sofia Cavedon – às 18h33min): Encerrada a Ordem do Dia.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2566/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 113/10, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, que dispõe sobre a priorização de áreas centrais do Município de Porto Alegre em estudos para a implementação de estacionamentos subterrâneos em praças e logradouros.

 

PROC. Nº 3918/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 176/10, de autoria do Ver. Dr. Raul Torelly, que altera a ementa e os arts. 1º, 3º e 5º da Lei nº 9.907, de 29 de dezembro de 2005, assegurando aos idosos e às pessoas com deficiência internados em instituições cadastradas na Secretaria Municipal de Saúde – SMS – o recebimento de medicamentos cuja distribuição seja encargo do Município de Porto Alegre.

 

PROC. Nº 4265/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 187/10, de autoria do Ver. João Carlos Nedel e outros, que denomina Centro de Eventos Vereador Ervino Besson o equipamento público conhecido como Centro de Eventos da Vila Nova, localizado na Rua João Salomoni, nº 1340, Bairro Vila Nova.

 

PROC. Nº 4338/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 042/10, de autoria do Ver. Paulo Marques, que concede a Comenda Porto do Sol à Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Rio Grande do Sul – OAB/RS.

 

PROC. Nº 4539/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 044/10, de autoria da Mesa Diretora, que altera o art. 2º da Resolução nº 1.576, de 9 de outubro de 2001 – que institui, na Câmara Municipal de Porto Alegre, quota básica mensal de custeio a materiais e serviços para os gabinetes dos Senhores Vereadores e dá outras providências –, e alterações posteriores, reduzindo o valor da quota básica mensal.

 

A SRA. PRESIDENTA (Sofia Cavedon): Estamos sem cartões, mas eu queria anunciar que a Verª Fernanda fez aniversário no dia 2 de fevereiro; o Ver. Cecchim, no dia 5 de fevereiro, e o Ver. Nedel está de aniversário hoje. Gostaria de pedir aplausos; o nosso carinho e o nosso abraço aos três Vereadores! (Palmas.)

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; o Ver. Idenir Cecchim propõe um Projeto de Lei que dispõe sobre a priorização de áreas centrais do Município de Porto Alegre em estudos para a implementação de estacionamentos subterrâneos em praças e logradouros. E estabelece, em seu art. 1º, que (Lê.): “Serão priorizadas as seguintes áreas centrais do Município de Porto Alegre em estudos para a implementação de estacionamentos subterrâneos em praças e logradouros públicos: o Largo Jornalista Glênio Peres; a Praça XV de Novembro; a Praça Marechal Deodoro; a Praça Júlio Mesquita; o Parque Farroupilha; o Parque Marinha do Brasil; e o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho”. Esse detalhamento constante do art. 1º do Projeto proposto pelo Ver. Idenir Cecchim pode parecer um paradoxo, um contrassenso, porque o Vereador fala em priorização da área central e inclui o Parque Farroupilha e o Parque Marinha do Brasil, que, efetivamente, não se encontram no chamado Centro Histórico do Município de Porto Alegre. Mas o Centro Histórico tem essa denominação pela sua tradição, porque não é o centro do Município, o centro do Município, geograficamente, é em outro ponto de Porto Alegre, é lá pela Vila Bom Jesus, pelo Mato Sampaio ou assemelhados. Então, esse detalhamento tem sentido. O que me parece, Ver. Nedel, é que o importante não é onde o estudo vai ser realizado, me parece relevante o levantamento do tema para discussão aqui na Casa e posterior aproveitamento pelo Município. Priorizar estudos sobre a localização de estacionamentos subterrâneos no Centro Histórico de Porto Alegre é um tema que há mais tempo merecia ter sido enfrentado, até porque há discussões a respeito da constituição geológica da área central, a proximidade com o lago Guaíba e as circunstâncias de que várias das áreas aqui enunciadas, em um determinado momento da nossa história, eram o leito do lago, eram o leito do rio, entre as quais, posso dizer com toda a clareza, está a Praça XV de Novembro, que se encontrava entre a Rua da Praia e o rio. Era naquela zona que era, antigamente, alagada e, obviamente, pertencia ao leito do que era o rio Guaíba e hoje é o lago Guaíba. Mas, de qualquer sorte, Sr. Presidente, esse estudo vai provocar um debate sobre a solução proposta de estacionamento na área central de Porto Alegre, empurrada toda essa discussão por uma realidade que hoje nós vemos: a dificuldade de se encontrar um ponto de estacionamento no perímetro central e o mau aproveitamento de várias áreas hoje deterioradas que servem de estacionamento e que, sem nenhuma modificação, só sendo mais bem utilizadas, poderiam triplicar o número de vagas oferecidas à comunidade.

Lógico que isso vai trazer a debate o custo do estacionamento no perímetro central de Porto Alegre, o chamado Centro Histórico. Evidente que isso vai trazer discussões a respeito de qual tipo de aproveitamento que há de ser feito. Por exemplo, aqui no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, onde nos encontramos, na Estância da Harmonia, e ali no Parque Marinha do Brasil, será que dá para fazer subterrâneo...

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MARIO FRAGA: Verª Sofia Cavedon, Presidente desta Casa; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara, público presente nas galerias, em especial, o Ver. Reginaldo Pujol, que falava sobre o mesmo assunto de que vou tratar; realmente, onde há lençol freático, o Ver. João Antonio Dib sabe que é quase impossível se fazer alguma coisa, a não ser com uma alta tecnologia de canalização subterrânea. Venho a esta tribuna neste período de Pauta, para discutir dois Projetos. Primeiro, quero dar os parabéns a todos os Vereadores desta Legislatura, que vão fazer uma homenagem ao nosso querido Ervino Besson, dando ao Centro de Eventos da Vila Nova o nome do Ver. Ervino Besson. Uma justa homenagem, Presidente Sofia, para esse Vereador, que nos deixou tão cedo. Em especial, nós, do Partido Democrático Trabalhista, sentiremos sempre a sua falta.

O outro Projeto, Ver. Idenir Cecchim, tem a ver com o nosso Projeto, que está arquivado nesta Casa, sobre o rodízio de placas na cidade de Porto Alegre, Verª Sofia. Quando eu saí da Casa, em 2008, ele foi arquivado. O que eu pretendo fazer? Trocar mais ideias com os meus colegas e fazer como o Ver. Sebastião Melo, que implementou o Projeto da retirada das carroças em Porto Alegre num período de oito anos. Talvez a gente faça um estudo com os Vereadores desta Casa, para que a implementação do rodízio de placas em Porto Alegre venha a ser feito num período não muito longo, como de oito anos, mas ele também não poderá ser feito imediatamente, agora, já neste ano. É isso o que quero propor aos meus nobres Pares. Vou desarquivar o Projeto do rodízio das placas na cidade de Porto Alegre, solicitar ao Prefeito Fortunati que esse Projeto, Ver. Idenir Cecchim, seja implementado num prazo não muito longo. Tenho pensado num prazo de cinco anos, tornando possível construí-lo junto com seu Projeto de estacionamento na cidade de Porto Alegre, aproveitando todos os espaços e tentando tirar alguns carros do meio da rua em determinados dias. O Ver. Sebastião Melo, da sua Bancada, está implementando, no prazo de oito anos, a retirada das carroças da Cidade. Desarquivando o meu Projeto e com o seu Projeto de estacionamento em Porto Alegre, acho que seria possível uma implementação num prazo não muito longo, mas, também, não imediatamente. Hoje, eu estou desarquivando esse Projeto e quero pedir aos nobres Pares que comecem a pensar, para poder me ajudar nesse sentido e ajudar, Vereadora-Presidente, a nossa Cidade. Estamos em pleno fevereiro, hoje mesmo dei uma saída da Casa, ao meio-dia, e parece que estamos no mês de março ou de abril, tantos são os carros que existem na nossa Cidade. Então, hoje estou desarquivando o Projeto do rodízio de placas na cidade de Porto Alegre, para que, durante este ano em que estarei aqui e no próximo ano, os Vereadores possam discutir melhor essa matéria e, se possível, apresentar sugestões. Um beijo na minha afilhada Giovana!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente, Verª Sofia Cavedon; realmente, todos nós, Vereadores, estamos de parabéns hoje, porque entra em 1ª Sessão de Pauta o Projeto, coordenado por mim, mas que tem a assinatura de todos os Vereadores desta Casa. Todos os Vereadores desta Casa são proponentes deste Projeto que concede o nome de Vereador Ervino Besson ao Centro de Eventos existente na Rua João Salomoni, na Vila Nova. O Ver. Ervino Besson, que trabalhou tantos anos lá na Zona Sul, especialmente na Vila Nova, merece essa homenagem de Porto Alegre. Ele, que tanto lutou pela Festa da Uva, da Ameixa, do Pêssego e pelos caminhos rurais de Porto Alegre, merece essa homenagem.

Na semana passada, nós tivemos o maior evento religioso de Porto Alegre, que é a Procissão de Navegantes. O Ver. Ervino Besson, como membro da Irmandade Nossa Senhora de Navegantes, estava sempre lá na procissão, caminhando, rezando, acompanhando essa grande festa religiosa da nossa Porto Alegre. Este ano foi o primeiro ano de sua ausência, realmente muito sentida. Este Projeto, que tem a minha coordenação, é uma simples homenagem a esse grande homem, esse grande Vereador, esse grande pai de família, esse grande lutador por Porto Alegre.

Outro Projeto que está em Pauta, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, prioriza áreas para estacionamento subterrâneo em Porto Alegre. Realmente, é uma grande necessidade, nós temos que estudar muito bem esse Projeto.

Está praticamente certo que, na sexta-feira, eu estarei em São Paulo, visitando um estacionamento subterrâneo naquela cidade. Pelas informações que eu tenho, Ver. Cecchim, é muito difícil a sustentabilidade de um estacionamento subterrâneo pelo grande investimento que ele exige. Mas temos que estudar, todos os casos são casos, temos que ver as localizações, as possibilidades. Acho que é uma grande iniciativa que merece ser profundamente estudada por esta Casa, e é uma grande necessidade da nossa Cidade. Parabéns, Ver. Idenir Cecchim, pelo seu Projeto, que merece grande estudo de nossa parte.

O terceiro Projeto é de autoria do Ver. Dr. Raul Torelly e assegura aos idosos e às pessoas com deficiência internados em instituições cadastradas na Secretaria Municipal da Saúde o recebimento de medicamentos cuja distribuição seja encargo do Município de Porto Alegre. Não vi o Projeto ainda, preciso estudá-lo, mas a intenção é muito boa. Eu não sei se já não é assegurado a esses idosos e às pessoas hospitalizadas o recebimento desses medicamentos. Temos que examinar o Projeto, porque a intenção é muito boa, e a necessidade dos deficientes e dos idosos de medicamentos é muito importante. Muito obrigado, Srª Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadores, Vereadoras, público que acompanha a Sessão no dia de hoje; queria, inicialmente, parabenizar o Ver. Idenir Cecchim, que tem uma iniciativa muito popular, eu diria, porque dialoga com a necessidade da Cidade. Hoje, nós vamos ao Centro de Porto Alegre e, devido aos inúmeros carros que temos em função do desenvolvimento, enfim, da possibilidade de o cidadão comprar carro, existe, também, uma série de estacionamentos, mas muitos caros, muito caros! Deixamos o carro ali por uma hora, duas horas e, quando voltamos, isso pesa no nosso bolso. É preciso criar estacionamentos mais voltados ao público em geral, com ações do Poder Público, recurso público, para que os estacionamentos se tornem mais baratos. A ideia do Ver. Cecchim são os estacionamentos subterrâneos. Excelente ideia, parabéns pela iniciativa, espero que o seu Projeto tenha êxito.

Vi aqui também uma iniciativa do Ver. Carlos Nedel, que, na verdade, faz uma homenagem ao Ver. Ervino Besson, nosso ex-colega e grande amigo. Quem não lembra do Ervino Besson? Um homem, Ver. Nedel, como V. Exª falou, católico, um homem que acompanhava as ações com muita emoção, se preocupava com os problemas da Cidade. E V. Exª está possibilitando dar ao Centro de Eventos da Vila Nova o nome do Ver. Ervino Besson. Com certeza, ele é merecedor. Não porque o Ver. Ervino Besson foi Vereador, mas porque ele já tinha uma ação muito voltada à comunidade, e a comunidade poderá fazer um grande ato neste dia, Ver. Nedel. Espero que V. Exª convide todos os Vereadores, porque nós temos que estar presentes, como uma homenagem a ele e pelo que ele fez pela Cidade. Sabemos que o seu problema de saúde ocorreu de forma muito rápida, foi um derrame cardiovascular, portanto, perdemos o Ervino Besson, nosso colega Vereador, muito cedo. Por essa razão, eu o parabenizo pela iniciativa e tenho certeza de que será uma cerimônia muito louvável e de agradecimento pelos serviços prestados à cidade de Porto Alegre.

 

O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu quero lhe dizer que essa proposição tem o apoio do Sindicato Rural de Porto Alegre e da Associação de Moradores da Vila Nova. Foram eles que solicitaram essa denominação e têm todo o nosso apoio.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Com certeza, Ver. Nedel. Obrigado pelo aparte.

 

O Sr. Idenir Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, obrigado pela sua referência ao Projeto dos estacionamentos subterrâneos, porque, realmente, a intenção é democratizar o acesso ao Centro. Mudou a relação. Hoje não é só rico que vai de carro ao Centro. Nós temos que pensar no estacionamento e em tirar os carros do leito da rua. Acho que esse Projeto contempla isso.

E queria cumprimentá-lo, também, pelas palavras em relação ao Ver. Ervino Besson. Realmente, o Ervino Besson foi um querido Vereador desta Cidade. Querido por todos nós da Câmara de Vereadores, querido pelas pessoas, pelos produtores rurais. Eu tive a oportunidade, como Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio, de construir o Centro de Eventos da Vila Nova. Sinceramente, o maior presente que poderíamos dar ao Ervino, depois da sua passagem, depois de todo esse serviço que ele prestou, é lhe render essa homenagem, denominando “Centro de Eventos Vereador Ervino Besson” o Centro de Eventos da Vila Nova, onde ele morou, onde participou de todas as atividades da coletividade. Então, cumprimentos pela sua manifestação.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Cecchim, nós que agradecemos a iniciativa do Ver. Nedel, como também o trabalho feito pelo então Vereador Ervino Besson, que nos deixou. O Ervino Besson era tão honesto, tão sincero, Ver. Nedel, que, um certo dia, ele foi visitar uma família em Porto Alegre - ele me contou pessoalmente -, para pedir voto, afinal de contas, ele era candidato, e a família toda disse que votava em mim. Ele disse, então, que era para votar em mim! Vejam só a sinceridade do Vereador! Portanto, ele mais do que merece, e nós estaremos presentes neste dia, para prestar esta homenagem. Um grande abraço, obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h51min.)

 

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